De sapateiro a empresário: quem foi Luiz Carlos Botelho Ferreira

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Conheça a história do empresário que dá nome ao viaduto no Setor Sudoeste

Comunicação Sinduscon-DF

O nome Luiz Carlos Botelho Ferreira, que batizou o recém-inaugurado viaduto da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig), entre o Setor Sudoeste e o Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, em Brasília, eterniza a história de um homem que teve a vida marcada por superação. Aos 7 anos de idade, ele começou a trabalhar como sapateiro. Formou-se engenheiro civil e seguirá na memória como um dos ocupantes da presidência do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF).

Luiz Carlos Botelho, como gostava de ser chamado, morreu em 2018 devido a complicações cardíacas. Nasceu em Campo Florido, Minas Gerais. Em 1965, começou sua graduação em engenharia civil na Escola de Minas de Ouro Preto e completou seus estudos na Universidade de Brasília (UnB). Em 1956, com sua família, ele se estabeleceu no Planalto Central, em resposta ao convite do então presidente Juscelino Kubitschek, um evento significativo que moldou sua vida, boa parte dela dedicada ao trabalho sindical em benefício do setor da construção civil.

“Antes de empreender, ele trabalhou na Consultora Eldorado, onde desempenhou um papel fundamental nas obras iniciais de Brasília. Entre essas obras, estão os conjuntos habitacionais pioneiros na Asa Sul, o viaduto que liga a W3 Norte e Sul, o Clube do Exército e o Hospital do Gama. Em seguida, ele fundou sua própria empresa e continuou a realizar projetos na área da construção civil”, relata o engenheiro civil Pedro Henrique de La Rocque Ferreira, diretor do Sinduscon-DF e um dos quatro filhos de Botelho.

Nos anos 1980, Luiz Carlos Botelho, ao fundar as empresas LDN Empreendimentos de Engenharia e Construtora LDN, construiu uma carreira sólida na indústria da construção civil. Sua dedicação ao setor o levou a ocupar posições de destaque no serviço público.

Nesse percurso, Botelho presidiu o Fórum Empresarial do Distrito Federal, que, na época, reunia cinco federações e 83 entidades de classe, desempenhando um papel crucial no cenário empresarial da região. Além disso, chefiou o Serviço de Cadastro da Novacap e desempenhou um papel ativo no Conselho de Administração do Metrô-DF. Ele também ocupou o cargo de vice-presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), em dois mandatos, e foi diretor imobiliário da Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco).

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Da mesma forma, na sociedade civil organizada, Luiz Carlos Botelho desempenhou papéis relevantes como presidente do Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) e conselheiro do Trabalho na Confederação Nacional da Indústria (CNI) por oito anos.

Sua trajetória no âmbito sindical começou, em 1997, como diretor e vice-presidente do Sinduscon-DF, cargos que ocupou até 2003. Depois, ele continuou apenas como associado da entidade. De 2011 a 2013, foi 1 vice-presidente, durante a gestão de Julio César Peres. No ano seguinte, Luiz Carlos Botelho Ferreira assumiu a presidência do sindicato, em mandato-tampão, depois que Julio assumiu a Secretaria de Obras do Distrito Federal.

Em junho de 2015, Luiz Carlos Botelho foi eleito para a presidência do Sinduscon-DF após conquistar uma vitória expressiva nas eleições, com o apoio de 86% dos votos. Seu primeiro mandato eletivo seguiu até maio de 2017, mês em que foi reeleito. Seu segundo mandato foi até julho de 2018, quando morreu por complicações cardíacas.

“O legado do meu pai não se restringe às obras ou ações que ele empreendeu em prol de Brasília, mas sim à sua forma de pensar. Ele observava as situações, previa como se desenrolaram e, anos mais tarde, dizia ‘eu falei, aconteceu como eu disse’. Ele costumava afirmar que não era uma pessoa excepcionalmente inteligente, mas sim alguém dedicado, que via o potencial nas coisas e impulsionava as ideias. Esse é o legado que ele deixa para todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo: a capacidade de pensar além dos limites convencionais”, afirma Pedro.

Em 2017, o reconhecimento por sua significativa contribuição a Brasília chegou quando ele recebeu o título de cidadão honorário da cidade.

Eternizado nas obras

No dia 21 de outubro, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), inaugurou o Viaduto Luiz Carlos Botelho Ferreira. Na cerimônia, Pedro Henrique, muito emocionado, expressou sua gratidão pela homenagem. “Ainda não conseguimos assimilar completamente. Esta obra reflete um marco para a cidade e se assemelha aos viadutos da W3 Sul e Norte, que foram assinados pelo meu pai, imortalizando as conquistas de alguém que dedicou sua vida inteira a esta cidade”, disse.

Amigos e colegas próximos de Luiz Carlos Botelho também prestaram suas homenagens. “Fez a diferença por onde passou e tem agora a sua história eternizada, emprestando seu nome ao viaduto. Um ser humano sensível e atento ao cotidiano, diligente, combativo e corajoso”, ressaltou o presidente do Sinduscon-DF, Adalberto Valadão Júnior.

O vice-presidente administrativo-financeiro do Sinduscon-DF, Ruyter Thuin, contou que Luiz Carlos não se destacava apenas na engenharia. “Ele é uma figura lendária, um líder inspirador e um mestre na arte de comunicar a verdade e manter todos atentos. Assim como ele, esta obra tem uma importância significativa, espelhando sua valiosa contribuição como ex-presidente do Sinduscon-DF”, asseverou.

Amigo e companheiro de gestão, o ex-presidente do Sinduscon-DF, Dionyzio Klavdianos, enfatizou a dedicação de Luiz Carlos e sua atuação importante para a indústria. “O exercício de seus mandatos foi determinante para a melhoria da entidade, afetada pela recessão do setor e o fim da obrigatoriedade do imposto sindical. Ele deixou um grande legado e serviu de trampolim para nosso voo em direção a uma nova fase”, relembrou.

O viaduto beneficiará mais de 25 mil motoristas diariamente e teve sua ordem de serviço assinada em 2021. A obra foi concluída em dois anos e quatro meses. Agora o legado de Luiz Carlos Botelho, na construção civil e no progresso de Brasília, ficará gravado em uma importante obra da cidade. Além do filho Pedro Henrique e da esposa Suely de La Rocque Ferreira, com quem foi casado por 48 anos, ele deixou outras três filhas: Alessandra, Andréa e Ana Cláudia.

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