Patrícia Figuerêdo
Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-DF

Com o objetivo de incentivar a adoção da Modelagem da Informação da Construção (BIM) pela Cadeia da Construção, o SindusCon-SP lançou em 2015 o curso Academia BIM, que tem passado por diversas regiões, chegando a Brasília no último final de semana. Entre os dias 17 e 19 de março, dez profissionais da área puderam conhecer os principais conceitos da tecnologia, que atende a todo o ciclo de vida de uma edificação. A capacitação aconteceu no laboratório de Informática do Senai, em Taguatinga. 

O instrutor e arquiteto Rogério Suzuki destacou que o principal objetivo da Academia BIM é levar aos participantes o conhecimento mínimo para poder tornar o participante apto a participar de um empreendimento em BIM e fundamentar um possível processo de implantação. “O que vemos no mercado é a oferta maciça de cursos de software”, apontou.

No entanto, segundo ele, é fundamental entender os conceitos antes de focar nas ferramentas e tecnologias. “Há no mercado uma grande quantidade de casos onde as empresas adquirem softwares e treinamentos que por falta de conhecimento não atendem ao interesse do negócio”, ressaltou. Com o conhecimento adquirido, o consultor explicou que o participante irá reduzir os riscos ao optar pela implantação, reduzindo o risco de fracassar.

Foi exatamente esse o objetivo de Mayara Almeida e Leandro Roberto, que trabalham no departamento de Engenharia do Sesi de Goiânia. “Viemos para entender um pouco mais sobre a plataforma que já está sendo estudada para implantá-la na entidade”, explicou Mayara. 

Com 24 anos de experiência na área, Rogério Suzuki explicou que a adoção do BIM começou a tomar corpo por volta de 2002, com a introdução no mercado de softwares com conceito de projeto integrado. “Esta tecnologia dá suporte não somente à fase de projeto, mas também ao orçamento e planejamento da obra, até chegar à fase da operação. É um conceito abrangente”, destacou. 

Para o diretor de Materiais, Tecnologia e Produtividade do Sinduscon-DF, Dionyzio Klavdianos, por se tratar de uma tecnologia complexa e que provoca alterações nos processos das empresas, o BIM representa um desafio à empresa e ao profissional interessado em seu domínio. “É o maior avanço em termos de tecnologia da informação que contribui para a melhora da performance do empreendimento em todas as fases: desde a prospecção até a manutenção pós obra”, ressaltou.

O professor de Arquitetura e Engenharia Ricardo Machado participou do curso e destacou que considera a ferramenta uma tendência. “É uma tecnologia pertinente para o controle de edifícios, a ideia foi adquirir o conhecimento para implantar a extensão em BIM na universidade”, disse. 

Para o arquiteto Euclides Junior, o curso superou as expectativas. “Pensei que seria mais uma capacitação focada no software, mas tratou dos conceitos. Foi muito esclarecedor”, avaliou. Segundo ele, com as informações aprendidas durante o curso, há mais embasamento para defender a implantação na empresa, apesar da resistência.

Academia BIM

O curso foi criado pelo SindusCon-SP e vem sendo disseminado por iniciativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). Em Brasília, foi promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF), em parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-DF) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

O coordenador do Instituto Senai de Tecnologia da Construção Civil, Marcelo Feijão, ressaltou a importância de apoiar esses projetos. “Uma das funções da entidade é apoiar a indústria da construção civil. A participação das empresas em cursos de aperfeiçoamento contribui para a melhoria na produtividade e na qualidade de seus serviços”, afirmou. 

Sobre o BIM 

A metodologia de trabalho em BIM caracteriza-se por atender todo o ciclo de vida da edificação. “Processos antes que eram desenvolvidos sem integração, agora passam a gerar valor uma à outra – desde que bem implantado”, ressaltou Rogério Suzuki.  

A integração das informações proporcionada pelo BIM otimiza os processos, reduz custos, aumenta a produtividade e com isso todos os participantes têm ganho de qualidade e rentabilidade em seus negócios. Os dados existentes apontam curva ascendente na adoção dos processos, tornando indispensável buscar conhecimento na área para o negócio manter-se competitivo em um mercado cada vez mais concorrido.
 

Arquiteto e instrutor Rogério Suzuki