Empreendimentos com mais eficiência energética precisam ser estimulados no mercado

Empreendimentos com mais eficiência energética precisam ser estimulados no mercado
Profissionais da construção civil analisam eficiência energética em obra | Foto: Reprodução
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Líderes do Sinduscon-DF destacam necessidade de desoneração do setor no país

Comunicação Sinduscon-DF

Representantes do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF) disseram nesta sexta-feira (15/3) que o Brasil deve adotar medidas que desonerem e estimulem empreendimentos com mais eficiência energética, para que o país alcance as metas do Acordo de Paris. Segundo os líderes da entidade, ao estipular regras para redução das emissões de gases de efeito estufa, o governo brasileiro precisa coibir qualquer decisão que encareça a habitação social, destinada às classes D e E.

“Eficiência energética é importante, mas não defendemos qualquer medida que a obrigue de forma generalista. Somos favoráveis a desonerar empreendimentos mais eficientes, que adotam reuso de água, mais ventilação, iluminação natural e uso de energia solar, por exemplo”, disse o presidente do Sinduscon-DF, Adalberto Valadão Júnior. “Mais eficiente é aquele que usa menos energia pra subsistir”, ressaltou.

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O posicionamento ocorreu depois de o governo federal anunciar, no último dia 4, que vai propor um índice mínimo de eficiência energética em edificações a partir de 2025. O objetivo é reduzir o desperdício nos setores de indústria e edificações. A ideia do Ministério de Minas e Energia (MME) é estabelecer, de forma inédita, um parâmetro de eficiência que as edificações serão obrigadas a atender.

O vice-presidente da Indústria Imobiliária do Sinduscon-DF, João Carlos de Siqueira Lopes, afirmou que proposta de melhoria de eficiência, com redução de desperdício, é “um avanço”, desde que não torne os empreendimentos mais caros e, portanto, menos acessíveis. Segundo ele, as medidas devem ser pensadas, discutidas e implementadas de forma que sejam cumpridas. O objetivo, conforme acrescentou, deve ser baratear custos e garantir maior dinâmica dos processos.

“Temos que estar atentos para recursos de desenvolvimento, eventualmente subsídios relacionados a esses processos, para que fiquem focados nas classes D e E, onde há maior demanda por habitação e maior dificuldade para atender a habitação de interesse social. Muitas vezes, adota-se uma medida que encarece ainda mais essas habitações, que são difíceis de o governo fazer, porque tem que ser subsidiadas”, explicou.

Lopes destacou, ainda, que qualquer novo regramento deve ser coerente com a realidade da cadeia produtiva que será por ele impactada. Por isso, também é preciso garantir um planejamento para a sua implementação, de modo que ocorra por etapas, para que todos os setores envolvidos possam se organizar antecipadamente. “Não tem como virar a chave de um dia para o outro e implementar uma megaoperação porque isso vai encarecer demais a construção”, afirmou o vice-presidente do Sinduscon-DF.

O governo federal divulgou que visa atender os compromissos brasileiros com a redução das emissões e as metas estabelecidas no Acordo de Paris. Para a indústria, o país está na segunda fase do Programa Aliança, visando alcançar a eficiência energética.

META VOLUNTÁRIA

A Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) calcula que é necessário triplicar os investimentos anuais em eficiência energética para alcançar as metas do Acordo de Paris.

A meta voluntária do Brasil é alcançar 10% da redução do consumo de energia elétrica até 2030, em relação ao ano de 2005. Entretanto, segundo o MME, o país reduziu até o momento 8,6%, sendo apenas 5% na indústria, 20% nas residências e 10% no transporte.

 

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