Experiência alemã reforça a importância da sustentabilidade para o futuro das cidades - Cbic

Experiência alemã reforça a importância da sustentabilidade para o futuro das cidades - Cbic
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Assessoria de Comunicação da Cbic


O novo cenário nacional reforçou ainda mais a atenção dos empresários do setor da construção, reunidos nesta quinta-feira (12/05), durante o 88º Encontro Nacional da Indústria da Construção, em Foz do Iguaçu (PR), para a necessidade de se pensar o futuro das cidades de forma sustentável. “Não tem como pensar o futuro das cidades se não for de forma sustentável”, destacou o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CMA/Cbic), Nilson Sarti.

Exemplos de iniciativas sustentáveis em cidades que podem ser replicados pelo País foram apresentados pelo coordenador de projetos do Instituto Fraunhofer, da Alemanha, Mike Letzgus. Um deles foi a cidade de Heildelberg, sediada no Estado de Baden Wüttemberg, modelo europeu em sustentabilidade. O bairro em construção de Bahnstadt, novo distrito de Heidelberg, na Alemanha, transformou uma estação de trem de 100 hectares totalmente degradada em um mix residencial, comercial, industrial e hoteleiro, que hoje tem o metro quadrado mais caro da cidade e com energia totalmente renovável. Depois de pronto, o bairro será a maior região residencial do mundo do tipo habitação passiva (apresenta uma eficiência energética em resultado, tal como o seu nome indica, de um aproveitamento passivo da energia solar das condições ambientais). Além disso, a cidade de Heidelberg é uma referência em gestão ambiental e sustentabilidade. Como parte do plano de desenvolvimento global da cidade, o orçamento ambiental mostra o sucesso que a combinação dessas iniciativas está na preservação dos recursos naturais, a curto e a longo prazos e na relação desses benefícios ambientais com o desenvolvimento sustentável.

Com sede em Munique, o Instituto Fraunhofer tem oferecido apoio técnico às empresas de todos os portes a desenvolver projetos na área de inovação. Anualmente, cerca de 2 bilhões de euros são utilizados em pesquisa e desenvolvimento. “Temos iniciativas em Sistemas de Engenharia Urbana, Energia Eólica e Tecnologia de Sistemas Energéticos, Meio Ambiente, Materiais e Processos. O principal objetivo é o avanço de economias sustentáveis, tecnologias compatíveis com o meio ambiente e abordagens inovadoras”, destacou Letzgus.

Pensando o futuro

Em âmbito nacional, a proposta de pensar o futuro das cidades foi reforçada pelo ex-prefeito de Maringá, Silvio Barros, ao destacar o projeto O Futuro da Minha Cidade, desenvolvido a partir de 2014 pela Cbic, com a correalização do Sesi Nacional e patrocínio nacional da Caixa Econômica Federal, com base na experiência bem sucedida em Maringá (PR), que tem como principal objetivo mobilizar a sociedade organizada para ser protagonista na gestão das cidades, desenvolvendo soluções para a sustentabilidade urbana. A iniciativa da entidade propõe uma estrutura de um modelo de trabalho para a implantação de programas de planejamento e desenvolvimento sustentável envolvendo principais lideranças do município. Em Maringá, existe o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), que desenvolve ações objetivando o planejamento da cidade a longo prazo.

Recorrendo ao filósofo Bertolt Brecht, que em poema considerou que o pior tipo de analfabetismo é o analfabetismo político, Silvio Barros destacou que a sociedade organizada precisa se revestir da autoridade política e se conscientizar de que o prefeito é um executivo contratado pelo voto para fazer o que a cidade precisa.

“Somos nós que temos o poder de coloca-los lá”, destacou Barros. Reforçando o modelo de gestão adotado em Maringá, destacou que “se o prefeito for comprometido vai entender que se a sociedade se organiza e apresenta um projeto, não tem como não dar certo. A proposta já vem revestida de legitimidade e evita conflitos. Se continuarmos com a disseminação deste projeto, teremos um país muito diferente do que hoje encontramos”.

Goiânia já aderiu ao projeto e está com suas ações bem avançadas. Renato de Souza Correia, presidente do Conselho de Desenvolvimento Estratégico, Sustentável e Econômico de Goiânia (Codese), afirmou que uma das metas do projeto em Goiânia é elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade da 45ª posição para a 10ª no Brasil.  Para atingir essa meta, o Conselho está desenvolvendo diretrizes e macroprojetos para apresentar aos candidatos a prefeito na eleição municipal deste ano.

No Codese, foram instituídas onze câmaras técnicas, alinhadas com a vocação econômica da cidade. São elas: Vestuário e Moda; Turismo de Negócios; Polo Educacional; Polo Tecnológico; Logística e Distribuição; Negócios Agropecuários; Saúde; Desenvolvimento Urbano; Melhoria da Gestão Pública (Desburocratização), Goiânia Social e Segurança. “A força do envolvimento da sociedade organizada é a saída para resolver os problemas das cidades”, destaca Correia.

Carlos Aberto Moura, presidente do Sinduscon-GO, um dos apoiadores do projeto em Goiânia, reforçou a importância do setor de construção ser protagonista. “É preciso nos unir e comprometer”, destacou.

Iniciativas da Indústria da Construção como o Guia Metodológico para Inventários de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) na Construção Civil – Setor de Edificações e o modelo do Bairro Quartier, que tem como proposta a infraestrutura urbana como conceitos inovadores de sustentabilidade e evolução urbana a ser implantado em Pelotas também foram apresentadas durante o painel.

Além disso, foram previamente lançadas as publicações da CMA/Cbic sobre Gestão de Recursos Hídricos na Indústria da Construção e sobre Energias Renováveis na Indústria da Construção.

O painel “Cidades do Futuro” teve o apoio do Sesi Nacional.

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