Iniciativas que transformaram cidades com projetos sociais - Cbic

Iniciativas que transformaram cidades com projetos sociais - Cbic
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Assessoria de Comunicação da Cbic


Três entidades e uma empresa ligadas à indústria da construção receberam, na noite desta quarta-feira (11), o Prêmio Cbic de Responsabilidade Social – Edição 2016. A premiação, que é um dos principais reconhecimentos a projetos sociais no setor, aconteceu durante a cerimônia de abertura do 88º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), em Foz do Iguaçu.

Os projetos premiados – que visam a preservação do meio ambiente, a promoção da saúde pública e a capacitação profissional de jovens – ganharam um troféu, um certificado de Responsabilidade Social com a chancela da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) e R$ 15 mil em dinheiro, recurso que deverá ser destinado, exclusivamente, para o desenvolvimento da ação social. O presidente da Cbic, José Carlos Martins, reforça que “esta é uma iniciativa muito importante para valorizar as boas práticas de responsabilidade social no setor e estimular novos exemplos de sucesso e transformação social”.

Nesta 12ª edição do prêmio, mais de 30 empresas submeteram seus trabalhos à iniciativa do Fórum de Ação Social e Cidadania (Fasc/Cbic) e do Sesi Nacional. Os quatro vencedores foram: o “Projeto Construção Saudável” do Seconci-MG, na categoria Seconci (Serviço Social da Indústria da Construção Civil); o “Projeto Compromisso Verde” da C. Rolim Engenharia, na categoria Empresa; o “Projeto Ampliar - Um projeto de vida” do Secovi-SP, na categoria Entidade; além do Seconci-Blumenau, que foi condecorado na categoria Reconhecimento Social.

Projetos que fazem a diferença

Em Belo Horizonte e região, o Projeto Construção Saudável visitou aproximadamente 9 mil canteiros de obras, desde 2009, eliminando focos do mosquito Aedes aegypti e conscientizando os trabalhadores da construção quanto à importância da prevenção e controle das doenças dengue, zika e chikungunya. “Não existe tema mais atual que esse, preocupação com um problema que afeta a saúde pública nacional. Até porque o trabalhador pode encontrar o mosquito dentro da obra e dentro de casa”, ressalta Eduardo Henrique Moreira, presidente do Seconci-MG. A ação já levou o tema às famílias de 340 mil empregados da construção, seja por meio de manuais, livros lúdicos ou peça teatral. “A construção civil da Grande BH tem todos os trabalhadores totalmente informados e não há nenhum canteiro de obra autuado por esse motivo [irregularidades quanto à saúde pública]”, aponta como resultados.

Esta é a terceira vez que o trabalho do Seconci-MG é reconhecido pelo Prêmio Cbic. Moreira afirma que, “hoje, a entidade que não pensa seriamente no social está fora do tempo e o empresário, fora do mercado”. Minas Gerais é um dos estados brasileiros que atende tanto o empregado da construção quanto seus cônjuges e filhos até 21 anos. “Todo o trabalho é voltado para a família. A grande profundidade da noção social tem que estar dentro de casa”, acredita Moreira, completando que “nenhum segmento industrial tem um apoio social tão grande como o setor da construção civil”.

Já Fortaleza está mais arborizada desde que a C. Rolim Engenharia iniciou oProjeto Compromisso Verde, há 7 anos. A cada metro quadrado de terreno ocupado pelas edificações da empresa, uma árvore é plantada, preferencialmente em espaço público. Como fruto do trabalho, 50 mil já foram distribuídas pela capital cearense. A cidade, com altas temperaturas, carecia de maior cobertura vegetal, como explica Pio Rodrigues Neto, presidente da empresa: “O índice de m² de área verde por habitante recomendado para uma cidade saudável é de 15 m². Fortaleza só tem 8 m², ou seja, está abaixo dos índices recomendáveis. Nosso projeto vai de encontro a uma necessidade local”.

O compromisso envolve ainda a adoção de espaços públicos; o apoio a outras iniciativas por meio da doação de mudas; e, desde o ano passado, a arborização de colégios públicos do município. “Não vamos simplesmente plantar árvores nas escolas. Levamos toda uma educação, valorização e sensibilização quanto ao meio ambiente paras as crianças, toda a infraestrutura necessária (como mangueiras, torneiras, adubo) e ainda fazemos o acompanhamento”, destaca Rodrigues Neto. A empresa, bicampeã de Responsabilidade Social, é um exemplo de como um projeto de baixo custo pode ter um grande impacto na sociedade. “É possível ser feito em qualquer escala, em qualquer região do país e não requer um investimento muito grande. Segundo nossos cálculos, esse investimento é 0,01% do custo da obra. Daí a importância de termos esse grau de exposição, para que o projeto seja replicado em diferentes lugares do país”.

Na região Sudeste, o trabalho feito há 25 anos pelo Projeto Ampliar - Um Projeto de Vida tem grande credibilidade e reconhecimento em São Paulo. O Secovi-SP, maior sindicato do mercado imobiliário da América Latina, já atendeu mais de 50 mil adolescentes em situação de vulnerabilidade social e emitiu 72 mil diplomas de cursos certificados pelo Senai Nacional. Duas unidades, incluindo uma na periferia paulista (Grajaú), oferecem cursos gratuitos de confeitaria, serigrafia, informática, contabilidade básica, web designer, cabeleireiro, dentre outros.

Maria Helena Barbosa Mauad, presidente do Secovi-SP, explica que “o intuito do programa é tirar os jovens da rua para que não fiquem no tráfico, nem na violência, nem nas drogas. Eles são obrigados a estudar em um período e, no outro, ficam na Ampliar – até conseguir trabalho”. Uma média de 2.200 jovens por ano passam pelo programa e muitos retornam voluntariamente para dar aulas, inspirar outros adolescentes e retribuir à sociedade. “Temos casos de jovens resgatados da marginalidade que hoje são empresários – eles se juntam e montam microempresas. Mas precisam de oportunidades”, destaca. O projeto também ensina como se portar em uma entrevista, consegue bolsas de estudos e colabora com outras iniciativas, atendendo jovens da Febem em liberdade assistida, por exemplo. “Quando entramos na periferia, o nível de escolaridade – no máximo – era o segundo ano do fundamental. Hoje, é difícil encontrar um que não esteja fazendo ou se preparando para a faculdade”, comemora Mauad.

Por fim, o prêmio de Reconhecimento Social, nesta edição de 2016, foi para o trabalho realizado pelo Seconci-Blumenau. “Esse reconhecimento pelos serviços prestados ao trabalhador da construção, gratuitamente, estimula ainda mais a continuidade dos serviços”, diz Marcos Bellicanta, presidente do Seconci local. O trabalho da entidade começou em 1994, em parceria com o Sesi, tendo por objetivo a prestação de serviços aos trabalhadores da construção, com ênfase no atendimento médico (assistencial e ocupacional) e odontológico, e em cursos de segurança do trabalho. São mais de 5 mil atendimentos realizados por ano e, no total, mais de 100 mil. “As empresas têm o Seconci como a extensão de sua empresa. E nosso reconhecimento deve-se aos empresários locais, que sempre se engajaram nas obras sociais e sempre foram unidos na mesma causa”, comenta Bellicanta.

A cidade de Blumenau já contabiliza três troféus da Cbic, o que atesta o comprometimento do município com o social. Em 2008, recebeu o primeiro prêmio pela reurbanização da Alameda das Palmeiras, marco inicial do município. Em 2012, foi reconhecida a “Escola da Construção”, construída no Senai-Blumenau para qualificar a mão de obra local. Com essa terceira vitória, o serviço prestado pelo Seconci aumentará. Bellicanta adianta que “o valor deste prêmio será revertido para a realização de cursos, nos quais os trabalhadores serão capacitados e qualificados para operarem máquinas e equipamentos com segurança”.

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