Lucas Junqueira
Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-DF
A construção civil está se apresentando como um dos carros-chefes na retomada da economia pós-crise financeira causada pela pandemia da Covid-19. Segundo dados divulgados pela Codeplan, o setor foi o que representou a maior redução na taxa de desemprego em setembro no Distrito Federal.
O levantamento aponta que o desemprego na capital chegou a 18,4% em setembro, registrando o menor percentual desde abril e queda de 0,7% quando comparado a agosto. No período, a construção civil foi responsável por 9 mil novos postos de trabalho, representando cerca de 13,8% da redução.
Segundo especialistas da Fibra, a redução no desemprego está aliada a um fator de grande importância: o aumento nos índices de confiabilidade dos empresários. O empresário confiante tende a realizar mais investimentos em sua empresa, assim, fortalecendo a contratação direta de novos funcionários.
Especialistas da entidade apontam fatores determinantes para o aumento da confiabilidade, como as condições atuais da economia, as menores taxas de juros dos últimos 24 meses, a baixa inflação, o afrouxamento das medidas de isolamento social e a retomada gradual da atividade econômica.
Os outros setores envolvidos no levantamento são: a indústria de transformação, com 7%; comércio e reparação, com 2,8%; serviços, com 1,9% e administração pública, com 1,1%. Estes números demonstram que a economia do DF está caminhando cada vez mais em direção a recuperação após a crise.
Construção Civil
Segundo o secretário de obras e infraestrutura do DF, Luciano Carvalho, o setor se tornou um dos pilares para a retomada das contratações. ‘’Emprega muito e emprega rápido. Este é um dos motivos pelos quais não estamos medindo esforços para tirar do papel inúmeras obras’’, concluiu.
Na oportunidade, Carvalho ainda ressaltou que o GDF está encaminhando novas licitações e reforçando obras públicas em andamento. ‘’Recentemente, iniciamos as obras do Setor de Rádio e TV Sul. Também estamos finalizando a licitação das demais quadras da W3 Sul e temos em andamento a licitação da Avenida Hélio Prates. Isso sem falar naquelas que já geram centenas de empregos diretos e indiretos, como a Via de Ligação do Setor de Inflamáveis”, completou.
Segundo a Sondagem da Indústria da Construção, realizada pela Fibra, Sesi, Senai e IEL, os índices de evolução do nível de atividade vêm subindo gradativamente. Em setembro, foram atingidos 54,8 pontos, um aumento de 0,5 em relação a agosto.
Já os índices do nível de emprego, em setembro, alcançaram 50,9 pontos. Apesar da queda de 5,6 em relação ao mês anterior, o índice se manteve acima da casa dos 50 pontos, o que, segundo a sondagem, sinaliza uma expansão menos disseminada do setor.
Ainda segundo a pesquisa, as expectativas para outubro são positivas e os índices podem chegar ao maior percentual desde março. É esperado que o índice de atividade aumente em cerca de 3,2 pontos e o número de empregos em 2,1 pontos.
Contratações
Roney de Oliveira, servente de pedreiro, e Gedson Teixeira dos Santos, eletricista, são dois dos trabalhadores que ilustram o reflexo da redução da taxa de desemprego no DF.
Roney foi recentemente contratado para trabalhar na empresa associada ao Sinduscon-DF, Vilella e Carvalho, e realizou os treinamentos e exames admissionais no Seconci-DF.
Ele conta que foi um dos afetados pela onda de demissões em massa ocorridas durante o ápice da pandemia da Covid-19. ‘’Foram seis meses parado. Agora, recebi a proposta de emprego para ser servente e estou animado em voltar ao trabalho. Durante a pandemia, tive de fazer alguns bicos”, comentou.
Enquanto isso, Gedson assinou contrato com a empresa J.C Peres Engenharia. O eletricista conta que ficou dois anos sem trabalho fixo, atuando como autônomo neste período. ‘’Quando comecei a distribuir currículos, achei que não conseguiria vaga por agora por causa da pandemia e por ser final de ano, mas apareceu essa oportunidade’’, comemorou.