Evento no Sinduscon-DF reuniu palestrantes do país para discutir modelagem da informação da construção
Comunicação Sinduscon-DF
Durante o 3º Fórum BIMTech Centro-Oeste, no Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF), líderes de mercado e especialistas apresentaram avanços concretos e desafios regulatórios, destacando o BIM (modelagem da informação da construção) como catalisador vital para a industrialização. O tema central abordou como superar a dependência de modelos de negócio baseados em mão de obra pouco qualificada.
O coordenador do BIM da MRV, Gabriel Pereira de Carvalho Veloso, deu início às atividades vespertinas com a palestra Construindo o futuro: A experiência da MRV com o BIM. O palestrante ressaltou a importância da estruturação e da organização dos dados da informação para garantir resultados na alta escala de operação da empresa (cerca de 40 mil unidades anuais).
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Veloso contou que a MRV investiu pesadamente em automação para garantir agilidade ao desenvolvimento de projetos e qualidade superior na informação. O núcleo BIM criou um fluxo colaborativo entre as áreas de projeto, com ritos semanais para compatibilização efetiva, simulando cenários de execução no 4D. Segundo o palestrante, essas rotinas de apoio ao engenheiro evitaram custos, principalmente em obras mais complexas, como as torres.
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Lei de Licitações
Na sequência, Clebiana da Aparecida da Silva, chefe da Assessoria de Projetos da Secretaria de Obras do Distrito Federal, apresentou os principais pontos sobre a racionalização da contratação pública em BIM, com destaque para as estratégias e os documentos essenciais para a infraestrutura urbana. A engenheira detalhou como a Nova Lei de Licitações (14.133/2021) tornou o BIM preferencial, exigindo racionalização processual.
A Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos estabelece a preferência pelo uso do BIM em obras e serviços de engenharia e arquitetura por meio do Artigo 19, § 3º. Essa preferência está diretamente ligada à exigência de racionalização processual e busca por maior eficiência e transparência nas contratações públicas.
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Escala industrial
O engenheiro e professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Eduardo Toledo, apresentou a palestra sobre parametrização de objetos BIM e a sua importância para o desenvolvimento da industrialização da construção civil brasileira. O docente frisou que a padronização de componentes é fundamental para atingir escala industrial, sendo a precisão milimétrica obrigatória para evitar improvisações.
Toledo comentou sobre a ABNT CEE-134, que desenvolve uma nova norma de objetos BIM, focando no uso e não no tipo de objeto. “A construção trabalha com tolerância de centímetros, mas quando vamos para a indústria, precisamos de precisão milimétrica,” enfatizou Toledo.
Projetos-piloto
Chefe do núcleo de inovação da NovaCap, Maruska Lima de Souza Holanda, compartilhou os desafios de implementar a metodologia na empresa pública com diversas naturezas de obra, durante a palestra InovaBIM na NovaCap. Ela contou que houve investimentos em projetos-piloto internos, focando na capacitação da equipe técnica para fiscalizar com maior qualidade. “A área jurídica entendeu que BIM era TI, não era engenharia, para vocês verem a dificuldade que é dentro do serviço público avançar em algumas inovações,” relatou.
A assessora de Relações Institucionais e Parlamentares do Conselho de Arquitetura e (CAU), Alessandra Beine Lacerda, abordou a definição de competências e práticas profissionais, com foco no papel estratégico do CAU no apoio da adoção do BIM. Ela destacou que a nova Diretriz Curricular Nacional (DCN), homologada em julho, exige o ensino de tecnologias digitais e modelagem paramétrica nas universidades. O conselho destina 3% da sua arrecadação para a Assistência Técnica de Interesse Social (ATIS), apoiando a dignidade habitacional.
Informação estruturada
Especialista em BIM e IA da Multi Núcleo, Fábio Guisso ministrou palestra sobre BIM e inteligência artificial, destacando a transformação digital em todo ciclo da construção. O palestrante salientou que as ferramentas de inteligência artificial só são úteis se houver um mapeamento claro dos processos, identificando os gargalos a serem solucionados. O BIM, como base para a informação organizada, é indispensável para que a IA funcione de maneira eficaz no setor. “A IA só é eficaz quando a informação é bem estruturada,” alertou o especialista.
O diretor do Sinduscon Goiás Romeu Neiva abordou o panorama da digitalização à industrialização, focando na jornada de inovação da entidade. Ele explicou a trajetória de inovação do estado, visando o aumento da maturidade organizacional e individual. Segundo o especialista, o Grupo de Trabalho BIM local consolidou a adoção de planos de execução e softwares de colaboração, apoiando construtechs que cobrem desde a viabilidade financeira até a gestão pós-obra. O ecossistema promove sinergia, incentivando soluções integradas. “Conseguimos completar um ciclo completo de soluções,” afirmou.
Colaboração
O vice-presidente de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Dionyzio Antonio Klavdianos, encerrou as apresentações do evento com a palestra Adoção do BIM: o desafio compartilhado entre entidades e empresas. Ele enfatizou a colaboração entre instituições como o BIM Fórum. O executivo alertou sobre a necessidade de aumento da maturidade do setor imobiliário e reforçou que o BIM é pré-requisito para qualquer industrialização. Além disso, destacou que o poder público deve ir além da instrumentalização do setor, partindo para contratações decisivas.

O 3° Fórum BIMTech Centro-Oeste recebeu patrocínio ouro do Instituto Senai de Tecnologia para Construção Civil.
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