Net Zero Water foi destaque na última reunião do ano da CMA

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Agência CBIC

Importância da eficiência hídrica foi tema destaque, nesta terça-feira (13), durante a última reunião do ano da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Para debater sobre o tema, o presidente da comissão, Nilson Sarti, convidou a consultora técnica da CBIC, Virgínia Sodré, e o CEO da Green Building Council Brasil (GBC Brasil), Felipe Faria. 

“Água é saúde pública”, afirmou Sarti. “Nos últimos anos nós observamos um avanço da escassez hídrica pelo país, e é preciso chamar atenção para essa questão. Em breve estarão sendo preparadas as eleições para prefeitos, e é muito importante que o tema seja colocado nos planos diretores”, apontou.

A partir de dados da Organização das Nações Unidas (ONU), apresentados por Virgínia Sodré, que demonstram que mais de 50% da população mundial sofrerá com a falta de água até o ano 2050, a especialista aponta a importância do debate sobre o futuro da água no planeta. 

“Nós temos visto a urgência da questão da água frente às mudanças climáticas. E os projetos, sejam em knovas edificações, seja da construção de um bairro ou até mesmo na gestão de água urbana nas cidades, tudo deve ser pensado nesse cenário. É urgente a necessidade de soluções adaptadas para melhoria desta situação”, disse. 

Um método que tem ganhado espaço nos debates mundiais é o  Net Zero Water – Solução para a Gestão Integrada de Água para as Edificações e Cidade, conforme explicado pela consultora técnica. O projeto consiste na preservação dos recursos hídricos e tem como objetivo neutralizar os impactos na bacia hidrográfica. “A quantidade de água utilizada em uma edificação deve ser equivalente a quantidade usada de água proveniente de fontes alternativas mais a quantidade de água tratada devolvida à fonte natural”, afirmou. 

Minimizar o consumo, maximizar a captação, tratar e reutilizar os recursos, com fontes alternativas, são os principais conceitos que direcionam o método Net Zero Water. 

Segundo a especialista, essa é uma tendência mundial, que tem ganhado muita força e é preciso trazer esse conceito para o dia a dia. “Com o início das chuvas de verão, mais tragédias poderão acontecer”, destacou Virgínia para a urgência do tema.

“O ciclo da água está diretamente ligado ao clima. Claro que também precisamos considerar as mudanças ocasionadas pelo homem, como o desmatamento e ocupações mananciais”, destacou. 

Para finalizar a primeira etapa da reunião, o CEO da GBC Brasil, Felipe Faria, reforçou a importância de priorizar o investimento na eficiência do projeto. Segundo ele, ao observar os últimos quinze anos do movimento de green building, inicialmente a atenção estava voltada para a viabilidade de custo, para a construção com maior eficiência. “Após os primeiros 5 anos, começou a verificar nessas edificações os benefícios econômicos, enquanto hoje, se observa a importância do processo em investir em inteligência de engenharia e arquitetura para maximizar a eficiência do projeto”, ressaltou. 

Para assistir o debate na íntegra, clique aqui!

Reunião interna CMA 

A segunda parte da reunião foi fechada, apenas para os membros da CMA, e contou com a participação da consultora da IFC – International Finance Corporation, membro do Grupo Banco Mundial, Liliani Quirino, que falou sobre  a parceria com a CBIC no programa de transformação de mercado para Green Building

A consultora do programa de transformação de mercado para edifícios verdes, reforçou que a IFC prioriza o investimento em cinco setores de negócios climáticos, sendo eles:

  • Energia renovável; 
  • Cidades sustentáveis; 
  • Edifícios eficientes; 
  • Finanças ecológicas; 
  • Agricultura climática inteligente. 

“A mudança climática é uma prioridade para a IFC. De acordo com as metas climáticas estabelecidas pelo  Banco Mundial, até 2025, a IFC deve atingir pelo menos uma média de 35% de seus investimentos por conta própria associados ao clima”, apresentou. 

Em parceria com a CBIC, a IFC iniciou, em julho de 2022, o Programa de Transformação do Mercado de Edifícios Verdes, que já passou por cinco municípios da região amazônica, busca trabalhar com agentes públicos e educar e incentivar os atores do mercado a projetar construções verdes em Belém (PA), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC).

“A gente não teria conseguido alavancar esse projeto aqui no Brasil se a gente não tivesse assim o braço forte da CBIC”,  mencionou Liliani. 

O projeto terá continuidade em 2023 e Salvador já fará parte do grupo de cidades brasileiras incluídas no programa internacional para construções sustentáveis. A assinatura do termo de assistência técnica foi firmado em novembro entre a Prefeitura de Salvador e a IFC. 

Os temas têm interface com o projeto “Futuro da Minha Cidade”, em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) e estão alinhados com os seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU 6, 7, 9, 11, 13, 14 e 17.

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