#MulheresNaConstrução: Força e alegria na luta contra o câncer de mama

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Lucas Junqueira
Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-DF

Vendedora de pão de batata em frente a faculdade, animadora de festas, dona de bares e restaurantes; designer de interiores e gestora de projetos. São múltiplas as experiências que Cris Koressawa teve durante a sua vida e a melhor forma de definir a sua caminhada é a partir da palavra ‘’superação’’.

Vinda de família com origem humilde, Cris herdou a força de trabalho de seu pai. Segundo ela, este é um dos motivos de maior orgulho em sua vida. ‘’É uma pena ele não ter focado nos estudos. Fazia de tudo para as coisas acontecerem. Como um excelente vendedor e comunicador, tinha essa ambição de correr atrás e nos colocar em uma situação melhor’’, comentou.

Depois de vários altos e baixos em sua vida, Cris recebeu a oportunidade de uma amiga para se tornar projetista de armários em uma das unidades de uma rede de lojas de alto padrão e foi neste momento que começou a alinhar o seu caminho ao da construção civil. ‘’Quando comecei, não sabia nem o que era um escalímetro. Fiquei apaixonada quando vi’’, comentou em meio a risadas. E foi neste emprego, que o gerente de Cris percebeu um potencial diferente na jovem.

‘’Comecei a ajudá-lo a cuidar da loja e ele viu que eu tinha habilidades manuais. Me lembro que o primeiro ambiente que fiz foi um quarto japonês’’, disse a atual designer de interiores. E assim, a jovem foi desenvolvendo suas habilidades até o momento em que o dono da indústria convidou-a para estruturar a loja inteira.

Cris começou a viajar pelo Brasil e cada vez mais prosperava, apesar de muitos resistirem em relação a sua capacidade por não possuir formação na área. ‘’Uma gerente da época trouxe esse questionamento e isso me fez pensar: preciso estudar e mudar isso’’. Assim, ela buscou cursos técnicos, como o de desenho industrial pelo Senai, e em 2008, se formou oficialmente como designer de interiores pela Unieuro.

O diagnóstico

No dia de sua formatura, em 2008, receberia uma notícia avassaladora: o diagnóstico do câncer de mama. ‘’Tinha ido para a Itália, recém comprado o meu primeiro carro zero, estava no ápice da minha vida aos 34 anos. A minha cabeça se desnorteou’’, disse. Mas segundo Cris, a sua vontade de viver foi um motivo de entusiasmo para a luta contra a doença. ‘’De repente, você se vê em uma ressignificação do que realmente é’’.

E mesmo com o diagnóstico, a designer de interiores não se deixou afetar. Ela conta que não deixou de seguir trabalhando e fazendo o que amava, chegando a atender clientes em meio a crises de dores. ‘’Fui me adequando a essa minha nova realidade da doença. De repente, perdi as duas mamas. É louco pensar que você perdeu o modelo do feminino’’, complementou.

Cris conta que chegou a ouvir que tinha apenas mais três meses de vida e a forma como encontrou para seguir a sua vida foi pautando-se em alegria, felicidade e pessoas que mantiveram-se ao seu redor independente da situação delicada. Ela contou que seguiu um tratamento natural não convencional, conhecida como Terapia Gerson, idealizado pelo médico alemão Max Gerson em 1927. ‘’Depois de 21 dias, estava sem câncer. Tinha três focos de doença no corpo e quando voltei para Brasília, não tinha mais nada’’, enfatizou.

Com a melhora, a designer voltou a sua rotina normal e teve a percepção de que também necessitava de uma melhora e mudança psicológica. ‘’Mas, infelizmente, depois de seis meses o câncer voltou. Até o ano passado (2019), estavam presentes focos no pâncreas e no baço’’, comentou. Além disso, após a sua volta, a designer fez duas pós-graduações em construção sustentável e edificação eficiente; e em gestão de projetos.

Rosas do Cerrado

Cris Koressawa afirma que o outubro rosa lhe traz uma sensação de libertação. Ela faz parte do grupo ‘’Rosas do Cerrado’’, criado em 2016 e com ações vinculadas a Associação Brasiliense Paciente Câncer (ABAC LUZ), que promove encontros com profissionais, como professores, personais e psicóloga; e auxilia mulheres que tiveram, ou ainda tenham, o diagnóstico de câncer de mama.

Para a designer, a prevenção deve ser realizada durante todo o ano e não apenas no mês de outubro e reforçou a dificuldade de se lidar com a doença. ‘’O fato que vejo é das pessoas não se cuidarem por não se olharem e não se amarem. Somos muito negligentes com nossa vida. Só temos uma e também só temos um corpo. Precisamos nos amar mais’’, completou.

Atualmente, não há diagnóstico da doença no corpo de Cris. Com a pandemia, ela encerrou as atividades presenciais em seu escritório e desde então, segue em home office e trabalhando firmemente com seus clientes, obras e projetos. 

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