Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-DF
O Sinduscon-DF, representado pela presidente do Conselho de Ética da entidade, Helena Peres, teve a oportunidade de conhecer de perto o projeto “Sonho de Banheiro” do Instituto Federal de Brasília (IFB), Campus Samambaia. O objetivo do projeto é trazer instalações sanitárias de qualidade, sustentáveis e baratas para pessoas de baixa renda.
O Sonho de Banheiro surgiu quando as professoras Ângela Bertazzo e Joseleide Pereira se uniram para resolver um problema apresentado por uma estudante, que relatou durante uma atividade que ela e sua família não tinham banheiro em casa. Segundo a jovem, que era moradora da Estrutural, outras pessoas da vizinhança também não tinham acesso a instalações sanitárias, o que dificultava a rotina da comunidade.
“A aluna contou seu caso em uma das aulas de desenho da professora Ângela, que se sentiu impactada com a história e me procurou. Sou professora de instalações hidrossanitárias e nós passamos a buscar juntas uma solução sanitária que chegasse às pessoas de baixa renda que não teriam condições de investir na construção de um banheiro, que hoje é uma das etapas mais caras e mais importantes em uma residência. O impacto desse problema é ainda maior quando pensamos que nós vivemos no Distrito Federal, capital do país, onde as condições sanitárias são melhores do que a maioria das cidades brasileiras.”, conta a professora Joseleide Pereira.
Joseleide conta que o primeiro projeto não foi como o esperado, mas as professoras não desistiram. O primeiro protótipo era criar um banheiro num modelo no “estilo Lego”, para que fosse possível dimensionar as placas, que seriam pré-moldadas e com materiais leves que pudessem ser encontrados em qualquer loja de material da construção.
“Dessa forma, as pessoas poderiam ir comprando aos poucos até conseguir montar a estrutura do banheiro que já estaria dimensionada para essas pessoas. Em 2018, nós tentamos fazer um protótipo do banheiro completo, mas vimos que era uma pesquisa lenta e nós precisaríamos dos alunos, de recursos e materiais, coisas que a escola não tem em mãos. A partir dessa tentativa, que não foi bem sucedida, nós focamos em fazer as instalações e preparar alternativas sustentáveis para cada uma das áreas”, explica a professora.
Em seguida, as professoras passaram a pensar na água, de que forma as pessoas poderiam utilizar água em um local que não tinha abastecimento. “Pensamos então no uso da captação de água da chuva e então elaboramos um sistema de captação com filtro, de forma que ele pudesse ser feito na própria residência usando materiais naturais como fecho e brita. Esse filtro então transforma a água em uma água consumível, mas não potável, porque para realizar a potabilidade ela teria que estabelecer outros critérios, agora para o uso geral ela já teria uma quantidade de água armazenada com qualidade para que pudesse ser utilizada dentro da residência. Tudo de forma sustentável”, relata Joseleide.
O projeto então seguiu para a parte de pesquisa, onde as professoras e os alunos participantes buscaram entender de onde vem a água da chuva em Samambaia, como tratar e de onde recolher. Também foi feito um trabalho de campo com alunos do 5° ano de escolas públicas da região e lá, os participantes buscaram coletar dados sobre o uso da água em Samambaia.
Segundo o diretor de meio ambiente e sustentabilidade do Sinduscon-DF, Luciano Alencar, qualquer projeto da área da construção civil que siga os três pilares da inovação são bem-vindos no setor.
“Qualquer projeto inovador da área da construção civil que esteja galgado nos três pilares da sustentabilidade que são: econômico, ambiental e social são muito bem-vindos. Isso porque a construção civil, de todas atividades econômicas é a que mais impacta o meio ambiente, seja na extração de materiais, na utilização de recursos hídricos, na alteração da paisagem ou na escassez destes recursos. Então a partir do momento que temos uma atividade que propõe resolver as questões ambientais ou esteja pronto para se tornar mais socialmente justo e ambientalmente correto, a construção civil deve abraçar”, explica o diretor de meio ambiente e sustentabilidade do Sinduscon-DF, Luciano Alencar.
Segundo Joseleide, além do projeto Sonho de Banheiro, o IFB Campus Samambaia continuou com projetos paralelos, sendo um deles o projeto Sonho de Banheiro pode proporcionar projetos paralelos, como o do “PopTherm”, que usa o aquecimento solar para gerar energia. Ele utiliza o calor da parede da residência para aquecer a água que passa pelo chuveiro, diminuindo assim a força da energia que esse chuveiro usaria para a aquecer a água, proporcionando conforto térmico para a casa.
“Nós temos desenvolvido várias tecnologias sustentáveis para que possamos criar um banheiro de forma sustentável e barata para todos. Infelizmente, não é possível fazer tudo de uma vez, mas aos poucos nós temos trabalhado em projetos que possam cobrir cada necessidade de um banheiro”, finaliza.