Agência CBIC
Matéria de sábado (26/06) do jornal A Tarde destaca o pleito da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) junto ao ministro da Economia, Paulo Guedes, de redução da tarifa de importação do aço de 12% para 1%, pelo período de seis a 12 meses. O objetivo é fazer frente à alta no preço do insumo no mercado interno, e restabelecer o equilíbrio da cadeia produtiva.
No intervalo de um ano, o preço dessa e outras matérias-primas, como cobre e cimento, praticamente dobrou. O Índice Nacional de Custos da Construção (INCC) saltou de 1,8% em maio para 2,3% em junho, conforme divulgado no dia 24/06 pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
As incertezas com relação a custos fizeram com que as empresas do setor tirassem o pé do acelerador e adiassem novos projetos. O número de lançamentos imobiliários caiu 58% no primeiro trimestre de 2021, em relação ao (quarto e) último de 2020.
Em comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o crescimento foi de apenas 3,7%. A oferta final de imóveis nos três primeiros meses de 2021 caiu quase 15%, na comparação com o mesmo período de 2020.
O presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC, Dionyzio Klavdianos, conta que a elevação dos preços dos insumos “nessa escala, e em um intervalo tão curto de tempo, é algo nunca antes ocorrido”.
“Se fosse em um prazo mais longo, era uma coisa. Mas o aço subiu 100%, isso por si só já impacta, é o principal insumo. Obra pública também sofre, e é preciso reequilibrar os contratos. Quem ganhou concorrência não esperava pelo aumento, sob risco de parar a obra. Isso afeta investimento, crescimento (da economia)”, diz.
Klavdianos explica que no Brasil só existem duas siderúrgicas, e até então o consumo andava baixo. Mas que no início da pandemia houve uma retração, as empresas desligaram os alto-fornos, até que houve o boom. “Se o aço sobe, ocorre um efeito manada. Cimento também aumentou, assim como os prazo de entrega também cresceram”.