Agência CBIC
Diante do agravamento da crise sanitária no País, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa básica de juros da economia (Selic) em 2% ao ano em sua primeira reunião de 2021. Esta foi a quarta vez consecutiva em que a Selic foi mantida no menor patamar desde 1999, quando o País adotou o sistema de metas para a inflação.
Em janeiro de 2020 a Selic estava em 4,50% e desde agosto/2020 está em 2%. “A manutenção da Selic acontece em meio às expectativas de que a inflação poderá ficar pressionada no início deste ano, em função do aumento nos preços das commodities e da valorização do dólar”, avalia a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial das metas de inflação no Brasil, registrou alta de 4,52% em 2020, a maior desde 2016 (6,29%). Para 2021, o centro da meta inflacionária é de 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. “Assim, a inflação poderá variar de 2,25% a 5,25% que estará dentro da meta”, menciona.
Manutenção da taxa de juros
Segundo Vasconcelos, a manutenção da taxa básica de juros já era aguardada por diversos analistas do mercado. Isso porque apesar das estimativas mais positivas para 2021 ainda existem indefinições e incertezas no cenário nacional que geram sérias preocupações, como o andamento das reformas necessárias a melhoria do ambiente de negócios e o cenário fiscal. Diversas consultorias, analistas e pesquisas projetam incremento na Selic no transcorrer do ano.
Estimativas de fortalecimento do setor
Em 2020, o setor da construção, por meio de boas práticas e protocolos, gerou empregos, preservou vidas e prosseguiu com a sua atividade produtiva. Contribuíram para o seu desempenho fatores como a sua capacidade de organização (novos protocolos para preservar a saúde do trabalhador, rápida adaptação nas vendas de imóveis online), a taxa de juros em menor patamar, o novo significado da casa própria para as famílias e o incremento do financiamento imobiliário.
Para 2021, os juros baixos, o aguardado incremento nas vendas e os estoques reduzidos reforçam as estimativas de fortalecimento das atividades do setor.
“Ressalta-se que o início do processo de imunização da população, mesmo que ainda de forma lenta, renova as esperanças e fortalece as expectativas positivas para 2021. Mas é preciso considerar que sem o avanço urgente nas reformas administrativa e tributária, o País não conseguirá consolidar um processo de desenvolvimento sustentado”, diz.
Veja a íntegra da análise no Informativo Econômico do Banco de Dados da CBIC.