‘Colocar essas obras nas ruas é nosso papel social’, afirma secretário de Obras

Luciano Carvalho fala sobre os principais trabalhos em execução pelo DF e a importância deles para a economia (Foto: Renato Alves/Agência Brasília)
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Flávio Botelho
Agência Brasília

Desde o início da atual gestão, o Governo do Distrito Federal (GDF) vem mostrando compromisso com a realização de obras de pequeno e grande porte para o desenvolvimento das regiões administrativas. São melhorias que, mesmo com a pandemia e a consequente crise econômica, trouxeram também o benefício da geração de empregos para a sociedade local.

Em entrevista à Agência Brasília, o secretário de Obras, Luciano Carvalho, mostra o panorama atual dos trabalhos que estão sendo executados e o esforço do governo em fazer com que esse importante setor da economia prossiga ativo em um momento delicado que o DF e o país vivem com o coronavírus.

O GDF está investindo mais de R$ 400 milhões, apenas este ano, nas obras em andamento, como o túnel de Taguatinga, os viadutos do Setor Policial e a reforma da W3 Sul. Além disso, nas obras de urbanização de Vicente Pires – o que inclui a completa rede de águas pluviais –, foram investidos mais de R$ 530 milhões, tendo sido outros R$ 220 milhões aplicados no complexo viário da Saída Norte. Para os próximos meses, estão previstos investimentos de aproximadamente R$ 295 milhões, que contemplam, entre outras obras, o viaduto da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig), a urbanização dos trechos 1 e 3 do Sol Nascente/Pôr do Sol e a reforma completa da Avenida Hélio Prates (Taguatinga e Ceilândia), em fase final de licitação. 

Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista em que o secretário Luciano Carvalho fala sobre os investimentos do governo na qualidade de vida de toda a população.

A reforma da Avenida Hélio Prates, em Ceilândia e Taguatinga, é esperada há décadas. Como está o processo?

Essa obra foi licitada no fim do ano passado; o processo licitatório está na fase final, agora só falta homologar, declarar o vencedor e temos a expectativa de que nos próximos 30 dias a gente consiga assinar o contrato e dar início aos trabalhos na Hélio Prates. Então, no mês de maio, a gente deve ter boas novidades para a região de Ceilândia e Taguatinga. Nós dividimos o projeto em três partes. Essa primeira etapa será feita entre o Sol Nascente e o centro de Ceilândia. Esperamos que, até o meio do ano, possamos publicar também o edital da segunda etapa.

Outra grande obra daquela região é o túnel de Taguatinga. Como está a execução?

As obras estão avançando, e já temos cerca de 25% prontos. Está tudo progredindo em um bom ritmo. Na época de chuvas, a gente sabe que reduz um pouco o andamento dessas obras de grande porte, mas temos a expectativa de que, a partir deste mês, os trabalhos avancem num ritmo mais acelerado. Continuamos com o cronograma dentro do prazo, e a inauguração deve ocorrer mesmo em abril ou maio do ano que vem.

Ainda no Eixo Oeste, o viaduto do Setor Sudoeste foi anunciado e licitado. Quando começam as obras?

Até o meio do ano, se tudo der certo, vamos fazer a contratação da obra do viaduto da Epig. Outra obra importante é o corredor de ônibus da Epig. Devemos lançar a licitação até o meio do ano, num investimento de aproximadamente R$ 130 milhões, que vai mudar completamente o cenário da região e trazer maior fluidez ao trânsito. Interligando esse corredor ao do Setor Policial Sul e à EPTG [Estrada Parque Taguatinga], o eixo segue até o túnel de Taguatinga e a Avenida Hélio Prates, o que vai representar um enorme benefício para a população. Quem depende do transporte público vai ter um corredor de ônibus saindo do Sol Nascente e chegando até o Eixo Monumental e também ao Terminal da Asa Sul, reduzindo em muito o tempo de viagem.

E como estão as obras dos viadutos do Setor Policial Sul?

Nós tivemos problema em função das altas de preço dos principais materiais da obra, que são o aço e o concreto, ocasionando um pequeno atraso. Estamos fazendo uma renegociação com a empresa contratada para, de maneira justa e dentro do que a lei prevê, reajustar o contrato. O aço subiu 80% – e é um insumo importante em obras de viadutos. A obra ficou suspensa por um período, mas já foi retomada a etapa de escavação; em breve, também recomeçaremos a parte da estrutura.

O GDF tem investido muito em melhorias na região de Vicente Pires. Em novembro, foi republicado o edital de licitação para obras de infraestrutura nos lotes 2, 5, 8 e 9…

Desde o início do governo, tivemos que lidar com muitos problemas ali, por causa de projetos malfeitos. Esses são serviços remanescentes nesses lotes e que não foram executados nas contratações originais. Fomos obrigados a fazer uma nova licitação. No fim do ano passado, atingimos uma execução de quase 98% das obras de Vicente Pires. Alguns serviços ficaram por fazer, andaram de forma lenta ou foram paralisados – como é o caso da Rua 12 – durante o período de chuvas. As obras da Rua 12 foram retomadas na última segunda-feira (12). Outra frente de trabalho é a ponte que liga a Rua 4 com a Avenida da Misericórdia, no Setor de Chácaras Samambaia. Ali, as obras continuaram, e temos a previsão de, até julho, fazer a entrega. Já a licitação dos serviços remanescentes será em breve. Serão mais R$ 46 milhões de investimentos na cidade.

Outra região em que o governo tem investido em infraestrutura é o Sol Nascente/Pôr do Sol. Quando as obras do Trecho 2 serão retomadas?

A licitação para a seleção da empresa está na fase final de análise de recursos. Até maio, isso deve estar definido, levando um investimento de aproximadamente R$ 22 milhões para a região. Também contratamos, no ano passado, os projetos das áreas remanescentes dos trechos 1 e 3. Eles serão entregues para a Secretaria de Obras ainda em abril, e temos a expectativa de, entre junho e julho, conseguirmos licitar também essas obras.

Outra obra esperada há décadas é a reforma da W3 Sul. Tem data para a conclusão?

Queremos entregar a nova W3 Sul ainda este ano. Alguns trechos estão mais adiantados, outros em ritmo menos acelerado. Cada trecho tem um contrato de execução e possui datas diferenciadas para entrega.

Existe a intenção de expandir a reforma também para a W3 Norte?

Sim. A Seduh [Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação] já está elaborando os projetos, mas ainda não temos previsão de quando ficarão prontos.

Outro importante projeto de reforma contempla o Setor de Rádio e TV Sul.  Como está o andamento?

As obras estão 50% concluídas. Estive lá recentemente. A obra no SRTV Sul tem um ritmo muito bom e vai ficar um trabalho fantástico. É um setor que nunca havia sido urbanizado da forma adequada. Agora, essa gestão está tendo esse cuidado, com a implantação de novas calçadas, estacionamentos, e priorizando a acessibilidade. Perto dali, estamos fazendo também a reforma completa da Praça do Povo, no Setor Comercial Sul. As obras já foram iniciadas, e a previsão é que durem em torno de cinco meses.

Quais são as outras obras importantes que vêm sendo desenvolvidas no Distrito Federal?

Lançamos um edital importante para a requalificação da Avenida Paranoá, um investimento de cerca de R$ 32 milhões. A licitação foi publicada, mas o Tribunal de Contas do DF [TCDF] fez alguns questionamentos que já foram respondidos, e estamos agora aguardando a autorização para retomar o processo licitatório. No SIA [Setor de Indústria e Abastecimento], estamos investindo cerca de R$ 12 milhões na Rota de Segurança do Setor de Inflamáveis. Os trabalhos estão avançando bem, a parte de drenagem já está concluída. Agora, com o fim do período chuvoso, vamos fazer a parte da pavimentação. Outro trabalho importante é na via ESPM [Estrada Setor Policial Militar], um investimento de R$ 56 milhões para a construção de um corredor exclusivo de ônibus. Até o meio do ano, queremos contratar essa obra.

A construção civil tem garantido emprego nesses tempos de pandemia. Como está o mercado? Há estímulo do governo?

A construção civil tem um papel muito importante no cenário econômico. Ela estimula a criação de empregos diretos e indiretos. Toda vez que se inicia uma obra, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, são gerados empregos imediatos. Isso, para a economia, ainda mais no atual momento de pandemia, é fundamental, e há uma determinação do governador para agilizar ao máximo os projetos e processos licitatórios; contratar novas obras, não só para fazer as entregas, mas também para gerar esses empregos. Isso dá esperança para as pessoas que estão precisando de trabalho, mostra que a cidade não parou, mesmo neste momento difícil. Colocar essas obras nas ruas é mais do que o desenvolvimento das cidades: é um papel social, gerando empregos e trazendo mais conforto para todos.

Como manter esse ritmo?

Vamos continuar trabalhando muito para manter o ritmo das obras, tanto em 2021 quanto em 2022. O governador tem muitos planos, e estamos aqui para poder tirá-los do papel e transformá-los em realidade.

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