Brasil precisa cumprir Política Nacional de Resíduos Sólidos

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Agência CBIC*

Reduzir a geração de resíduos sólidos e aplicar soluções práticas de reutilização e reciclagem é um grande desafio no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), as cidades brasileiras geraram em 2018 cerca de 79 milhões de toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU).

Foram coletados 92% deste total, dos quais apenas 43,3 milhões de toneladas, 59,5% do coletado, foi disposto em aterros sanitários. O montante de 29,5 milhões de toneladas de resíduos, 40,5% do total coletado, foi despejado inadequadamente em lixões ou aterros controlados e ainda cerca de 6,3 milhões de toneladas geradas anualmente continuam sem ao menos serem coletadas e seguem sendo depositadas sem controle.

Para mitigar o problema foi aprovado em 2010, após décadas de discussão, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que determina o privilégio da destinação para tratamento e, em último caso, o destino para aterros sanitários.

A iniciativa é um grande passo na solução do problema, mas para colocar a PNRS em prática são necessários mais investimentos públicos e também o apoio e colaboração da sociedade e empresas na diminuição da geração e destinação correta dos resíduos. As boas práticas encontram espaço para estímulo neste mês de abril em que se comemora o Dia Nacional da Conservação do Solo (15) e o Dia Mundial do Planeta Terra (22).

Um case de sustentabilidade desenvolvido em Goiás é o da Consciente Construtora e Incorporadora. Em seu Relatório de Sustentabilidade 2018-2019 apresentado à sociedade no final de 2020, a empresa aponta que aumentou substancialmente as ações de reciclagem e reutilização de resíduos.

Em 2017 a construtora reutilizou 40 m³ de resíduos; em 2018, aumentou para 265 m³ e em 2019, foram 505 m³ de resíduos reutilizados; mais de 10 vezes o volume de 2017. Na obra do Gaia Consciente Home, por exemplo, somente no ano de 2019, foram separados 166 m³ de madeira e direcionados para o reaproveitamento na Cerâmica Tapuia, em Trindade, que reutiliza no processo de queima na fabricação de tijolos.

Quanto à reciclagem, em 2017 foram direcionados para a reciclagem 33.800 kg de resíduos ou mais de 38 m³. Em 2018, 123 m³; e em 2019, alcançou a marca de 249 m³ de resíduos da construção civil reciclados.

Segundo a supervisora do Sistema de Gestão da Qualidade da Consciente, Amanda Gomes, o procedimento é rigoroso. “A empresa segue atentamente as orientações do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) nº 275 e 307, que orienta sobre a disposição dos mesmos.

O sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) dá o mapeamento metódico e detalhado sobre os processos administrativos e da obra, além do controle de desperdício e retrabalho. O resultado é a diminuição de desperdícios de materiais e a consequente diminuição do impacto ambiental e melhora da performance produtiva”, afirma Amanda Gomes.

Nos canteiros de obras, é realizada a segregação de resíduos, que são separados em classe A, B, C e D. O resíduo classe A, do qual se tem maior volume nas obras, provenientes de concreto, revestimento cerâmico e tijolo, é direcionado à Ecoentulhos, uma empresa que faz o reaproveitamento dos resíduos, por meio de parceria com a construtora.

Já os resíduos classe B, como papelão, sacos plásticos e mangueira de polietileno PVC, a Consciente reaproveita e envia para Cooperativa Tradição, em Anápolis. Já a madeira é enviada para a Cerâmica Tapuia, que também faz o reaproveitamento. Dessa forma, a empresa, além de beneficiar o meio-ambiente, estimula o desenvolvimento da cadeia de reciclagem de resíduos e fortalece a geração de renda para inúmeras famílias.

*Com informações da Comunicação Sem Fronteiras

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