Lívio Di Araújo
Agência Brasília
As obras do hospital acoplado de Samambaia, que está sendo erguido ao lado do hospital regional da cidade (HRSam), estão aceleradas. Nesta quarta-feira (14), máquinas e mais de 20 operários trabalharam na conclusão da fundação que vai receber a estrutura pré-moldada que está sendo feita em Santa Catarina. A expansão terá 100 leitos e, assim que for inaugurada, passa a fazer parte da rede de saúde pública de forma definitiva.
Estão sendo gerados 150 empregos diretos na construção de uma estrutura de mil metros quadrados, erguida em área adjacente ao hospital de Samambaia, onde antes havia um estacionamento. Um corredor vai interligar os dois prédios e, nesta extensão, os leitos poderão ser de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Unidades de Cuidados Intermediários (UCI) ou enfermaria, dependendo da necessidade do momento.
Inicialmente, a expansão vai abrigar leitos para atender exclusivamente pacientes vítimas da covid-19, mas, assim que encerrada a crise da pandemia, ela será incorporada à estrutura do Hospital Regional de Samambaia.
“A ampliação do hospital é um ganho para a população. Neste momento de dificuldade, por conta da pandemia da covid-19, ampliar a oferta de atendimento e, posteriormente, como é uma estrutura permanente, é muito importante”, afirmou o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa. O Instituto BRB é responsável pela doação de R$ 3 milhões para a construção do acoplado na cidade.
Doações
Sem uso de recursos do Governo do Distrito federal (GDF), a obra está sendo erguida apenas com dinheiro vindo de doações. A maior parte saiu do Comitê Todos Contra o Covid, coordenado pelo vice-governador Paco Britto, que garantiu, com empresários locais e nacionais, R$ 7 milhões para a construção do novo hospital.
“Ter a ajuda de empresários é muito importante e mostra que todos estão enxergando as dificuldades e a necessidade de união neste momento”, enfatizou Paco. De acordo com o vice-governador, poder oferecer leitos para a população quando o mais importante é salvar vidas deixa o GDF confortável, mesmo diante da grave crise sanitária que o mundo atravessa”, afirmou.
A estratégia visou dar agilidade ao processo de construção, já que não envolve dinheiro público. Com isso, os prazos podem ser reduzidos e o novo hospital fica pronto em, no máximo, 35 dias.
“O Governo Ibaneis nunca se furtou de suas responsabilidades e temos trabalhado, diuturnamente, para garantir a vida da população e, também, a dos empresários, que fazem a economia girar. Não está sendo fácil, mas a cada conquista, como esta do acoplado em Samambaia, nos fortalecemos”, completou.
Obra rápida
Na última sexta-feira (9), dois dias após o lançamento da obra, os operários já trabalhavam para fechar a área onde seria construído o acoplado e fazer o canteiro de obras. Este, aliás, é bem simplificado, uma vez que a estrutura é pré-moldada. Ao mesmo tempo, máquinas já trabalhavam no serviço de terraplanagem do terreno, para iniciar, então, a concretagem do espaço para que possa receber os módulos.
Em menos de uma semana, a obra já está na fase de montagem da armadura raider, ou seja, a base que receberá os módulos do acoplado. A partir desta quinta-feira (15), terá início a concretagem da área. Com o raider concretado, começará o nivelamento do piso para fixação dos módulos, que devem começar já na próxima segunda-feira (19), quando chegam os primeiros caminhões trazendo as estruturas.
Isso permite uma construção muito mais rápida e com a mesma qualidade de uma obra erguida tijolo a tijolo. Se fosse feito de forma tradicional, a expansão só ficaria pronta em seis meses. “Este é o grande diferencial deste tipo de construção. Não adiantaria construir um hospital nos moldes antigos da engenharia, pois quando ficasse pronto, não atenderia de imediato a população. O sistema modular garante isso, a agilidade em momentos como este, em que o maior foco é salvar vidas e garantir atendimento à população”, explicou Bruno Bertan, engenheiro responsável pela obra – tocada pela empresa Brasil ao Cubo.
“Este hospital será muito importante para a cidade porque não será mais necessário que saiamos de Samambaia para ir a outros locais procurar atendimento médico. Neste momento de pandemia, em que precisamos tanto garantir atendimento a todos, agradeço muito ao GDF e ao comitê, por terem tido a sensibilidade de expandir o HrSam”, destacou Eni Carvalho, líder comunitária e moradora de Samambaia, desde 1988. Ela preside a Associação de Moradores e Equilíbrio de Samambaia (Amis).