Carolina Araújo
Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-DF
Nesta terça-feira (03), o Sinduscon-DF recebeu o presidente da Ciplan Cimento Planalto, Sérgio Bautz, e o presidente da Coopercon-DF, Marcelo Accioly, em reunião de diretoria. No encontro, dentre outros temas, foi debatido o aumento no preço dos insumos da construção civil.
Com a palavra, Sérgio Bautz, destacou que o tema tem impactado não só a Ciplan, mas a economia de um modo geral, principalmente, a indústria cimenteira. Ele explicou que, no processo de fabricação do cimento, um custo que impacta muito é a energia, ou seja, o combustível.
Bautz comentou que comparou o preço do cimento livre de impostos, na porta da fábrica, de alguns países. “Comparativamente, a gente vê que o Brasil hoje tem um dos menores preços do cimento no mundo”, afirmou. Ele complementou que o país perde apenas para a Rússia.
Marcelo Accioly acredita que a única forma de negociar melhores preços dos insumos é com um volume mais alto de compras. Ele explicou que, neste sentido, a Coopercon-DF tem feito esforços para que agregue um número maior de interessados para efetuar a compra de cimento por um menor preço.
O encontro foi aberto para debates e o vice-presidente do sindicato, Pedro Henrique Ferreira, falou que um dos grandes problemas enfrentados pelo setor é a falta de previsibilidade. “A gente bem sabe que não existe mágica. Os preços realmente subiram e, por consequência, o setor de cimento tem que subir o preço”, discorreu. Ele reforçou a necessidade de se ter uma previsão do aumento por conta da atualização dos preços em obras públicas, que ocorrem de forma mais lenta.
Sergio Bautz respondeu que todos têm sofrido do mesmo mal: não conseguir ter essa previsibilidade. “A exemplo do diesel e da gasolina, a gente não consegue dizer qual vai ser o preço para a semana que vem. Eu não teria uma resposta de que forma conseguiria encontrar um mecanismo, uma maneira ou uma ferramenta que pudesse trazer algum nível de proteção que hoje não existe”, explicou.
O vice-presidente de obras e infraestrutura do Sinduscon-DF, Ruyter Thuin, relatou a dificuldade nas obras públicas do DF, que têm os preços tabelados por lei e em cima de planilhas de referência desatualizadas. “As entidades têm trabalhado junto à Caixa Econômica e IBGE e, agora, vamos fazer um trabalho com a FGV, no sentido de apurar melhor esses preços”, destacou.
Ruyter ainda citou que o Sinduscon-DF foi a entidade que mais dados passou para o IBGE para a melhoria do nível de pesquisa de preços no DF e enfatizou a importância das empresas responderem às pesquisas. “Se não respondem, a falta desse dado faz com que os valores nas planilhas de referência fiquem abaixo dos valores de mercado. É um problema grave que estamos atravessando”, alertou.
Bautz agradeceu o alerta da entidade e se comprometeu a dar mais atenção às pesquisas de preços. “Eu não tinha o entendimento de qual era o objetivo e a aplicabilidade dessa pesquisa. Agora eu entendi que é extremamente importante para que as pessoas possam ter referências, principalmente nos repasses”, afirmou.
Ao final, o presidente do Sinduscon-DF, Dionyzio Klavdianos, agradeceu a presença do convidado. “Temos sofrido com os aumentos e a gente vê que vocês estão atentos a esta questão. Quem se envolve com obras públicas tem trabalhado e procurado dar conta do recado. E a despeito de quem tem uma empresa boa, que se envolve e tenta fazer a coisa bem feita, têm aqueles que dão desconto e fazem uma obra mal feita, sem o padrão de desempenho e qualidade adequados”, finalizou.