Agência CBIC
O desemprego voltou a crescer no País, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), divulgados nesta sexta-feira (31/03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desocupação foi de 8,6% no trimestre móvel até fevereiro/23. Com isso, o número de pessoas desocupadas passou a ser de 9,224 milhões, o que correspondeu a 483 mil pessoas a mais em busca de um emprego.
Segundo a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, apesar desse recuo, o IBGE destacou que em todos os trimestres encerrados em fevereiro (exceto 2022) o desemprego costuma aumentar, o que pode, então, refletir um período de sazonalidade. “É importante aguardar os próximos resultados para confirmar se acontecerá (ou não) um arrefecimento maior no mercado de trabalho)”, mencionou Vasconcelos.
Se comparado ao trimestre móvel encerrado em novembro de 2022, o total de desocupados cresceu 5,53%. Já em relação ao trimestre de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022, houve um recuo de 23,2%, ou seja, menos 2,792 milhões de pessoas a procura de uma colocação.
De acordo com a pesquisa do IBGE, o rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas passou a ser de R$ 2.853,00 no trimestre encerrado em fevereiro deste ano e ficou relativamente estável em relação ao trimestre anterior (R$ 2.835,00).
As projeções para o desempenho da economia brasileira sinalizam que ela continuará crescendo em 2023, mas em patamar menos expressivo do que o registrado no ano anterior. A pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central estimativa, em 24/03/23, alta de 0,90% para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nesse ano.
Conforme a PNAD Contínua, o número de ocupados na Construção Civil foi de 7,224 milhões, no trimestre até fevereiro de 2023, o que significa que o setor perdeu 159 mil ocupações em relação ao trimestre móvel imediatamente anterior. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior observou-se relativamente estabilidade.
Vasconcelos destaca que o mês de dezembro também é considerado sazonal para a construção, e sempre ocorre queda em seu mercado de trabalho. Assim como que os dados da PNAD Continua envolvem o mercado de trabalho formal e informal. Dados do novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho, revelaram que, no primeiro bimestre de 2023, o setor foi responsável pela criação de 60.594 novos empregos no País.