Realizado no Sinduscon-DF, fórum técnico reuniu especialistas para debater modelagem da informação da construção
Comunicação Sinduscon-DF
A construção civil brasileira encontra-se em um momento de profunda inovação, com especialistas unânimes sobre a urgência de uma transformação impulsionada pela industrialização e a necessidade de uso cada vez maior da metodologia BIM (Building Information Modeling). As palestras da manhã do 3º Fórum BIMTech Centro-Oeste revelaram que a adoção de tecnologias digitais e novos processos não é apenas uma evolução, mas uma medida de sobrevivência diante da escassez de mão de obra e da baixa produtividade histórica. O evento foi realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), nesta terça-feira (28/10), das 8h às 18h, no auditório da instituição.
Os líderes do setor apontam que a mentalidade deve mudar imediatamente, abraçando a inovação como o único caminho viável para um futuro sólido. “A mudança não é gradual, é exponencial e irreversível”, disse o diretor-geral do Instituto de Tecnologias de Industrialização das Edificações (ITIÊ), Gilberto de Freitas, ao ministrar a palestra Construir, fabricar, montar e integrar: A nova realidade emergente.Segundo ele, o setor atingiu um limite histórico no Brasil devido à dependência de mão de obra barata.
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Freitas alertou que o modelo de negócio tradicional, baseado no atual formato de mão de obra, esgotou-se, levando a uma crise de produtividade e ineficiência. Ele sugeriu que o BIM é a base digital necessária para essa transformação. O grande desafio é abandonar o conceito de “obra” e transformá-lo em “produtos modernos” fabricados em ambiente industrial. “A escassez é um sintoma de uma falha em modelo de negócio”, analisou.
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O palestrante comparou a transição da construção à transformação da indústria moveleira, que migrou totalmente do artesanal para o digital, usando sistemas automatizados de corte e usinagem. O BIM atua como a ponte digital que integra concepção e execução, viabilizando a produção em ambientes controlados. Segundo Freitas, a nova realidade exige que o setor pense em quatro verbos de ação: construir, fabricar, montar e integrar, coordenando toda a cadeia produtiva com precisão de milímetro.
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Sobrevivência
A professora da Universidade de Brasília (UnB) Raquel Naves Blumenshein abordou, em sua palestra, o BIM e a industrialização da construção, com foco nos desafios e riscos em um futuro que já chegou. Ela apresentou uma reflexão sobre a crise paradigmática do setor, que precisa urgentemente mudar a forma de atuar. Segundo palestrante, a indústria brasileira é fragmentada, composta por mais de 77% de pequenas empresas, com absorção lenta de novas técnicas e alto custo. A mentalidade de “alta preferência temporal”, que prioriza o presente em detrimento do futuro, impede o planejamento sólido de longo prazo. “Se não mudarmos nossa maneira de atuar dentro da indústria da construção, não vamos conseguir sobreviver ao que está vindo em nossa direção”, destacou.
A professora alertou para a industrialização como uma demanda urgente, oferecendo menor prazo de execução e maior controle de qualidade e precisão geométrica. Segundo ela, para superar a miopia estratégica e a fragmentação do setor, é fundamental desenvolver a alfabetização em governança e trabalhar de maneira integrada. “Nós somos analfabetos em governança. Somos analfabetos no sentido de não trabalharmos de maneira integrada, a compartilhar recursos, expertises e objetivos”, criticou.
BIM Fórum Brasil
Na palestra BIM em Movimento: O papel do BIM Fórum Brasil na difusão pelo país, a diretora-executiva Raquel Sad Ribeiro detalhou como a instituição nacional se tornou o local primordial para discussões setoriais. A organização, criada em 2020, visa impulsionar a adoção da metodologia BIM de forma neutra e harmônica, por meio de uma governança democrática que envolve todas as partes interessadas da cadeia produtiva. O BIM Fórum atua em diversos colegiados, garantindo que as decisões sejam tomadas sem vieses acadêmicos ou corporativos.
A palestra Produtividade sem desperdício: Como o Senai integra Lean e BIM – O Case da Modelo, ministrada por Bianca Miranda e Fernanda Furtado, focou na integração de metodologias para melhoria contínua dos processos. O Lean Construction, ou obra enxuta, busca maximizar valor para o cliente, minimizando desperdícios de recursos. O modelo de atuação do Senai para a transformação digital baseia-se em quatro pilares interligados: processos, tecnologia e informação, políticas e liderança e pessoas.

O 3° Fórum BIMTech Centro-Oeste recebeu patrocínio ouro do Instituto Senai de Tecnologia para Construção Civil.
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