Agência CBIC
Após a expressiva retração no 2º trimestre deste ano, diversos indicadores evidenciam que a retomada da economia está ocorrendo de forma mais ágil do que a inicialmente prevista. A projeção para o Produto Interno Bruto do País (PIB) em 2020 melhorou. Enquanto no 2º trimestre o Banco Central (Bacen) projetava queda de 6,4% para 2020, agora passou a estimar retração de 5%, segundo seu Relatório Trimestral de Inflação relativo ao 3º trimestre.
“É certo que a recuperação não ocorre de forma homogênea entre os setores, mas, mesmo assim, as expectativas para o resultado de 2020 estão sendo revistas”, menciona a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.
As novas projeções do Banco Central foram realizadas considerando um expressivo crescimento no 3º trimestre justificado pelo retorno gradual das atividades e do consumo e, ainda, pelas medidas para combater a pandemia.
Para a Indústria, o Bacen projeta retração de 4,7%, para a Construção queda de ,5% e para os Serviços recuo de 5,2%. A Agropecuária é o único grande setor com estimativa de crescimento em 2020: 1,3%. Para o próximo ano a perspectiva do Bacen é de expansão de 3,9% do PIB.
O banco americano Morgan Stanley também melhorou as estimativas para a economia brasileira. Para 2020 passou a projetar contração de 4,5% do PIB. Para 2021 o prognóstico é de crescimento de 3,6% ante a projeção anterior de 3,2%.
Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) passou a estimar recuo de 6,5% para a economia brasileira. Em junho, relatório da referida Organização projetava dois cenários para o Brasil sendo que, no melhor deles, a economia registraria queda de 7,4% e, no pior, retração de 9,1%.
Mercado financeiro mais otimista
A Pesquisa Focus, que é realizada semanalmente pelo Banco Central com analistas do mercado financeiro, há três semanas consecutivas traz resultados menos pessimistas para a atividade nacional. A pesquisa do dia 25 de setembro passou a estimar retração de 5,04% para o PIB Brasil em 2020. “É a melhor estimativa realizada desde o início de maio. No final de junho o referido levantamento chegou a projetar recuo de 6,54%”, menciona Vasconcelos.
A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no País, sofreu nova alta nas projeções, conforme a pesquisa Focus. A estimativa agora é que o referido indicador encerre 2020 em 2,05%. Esta é a sétima semana consecutiva em que as projeções para a inflação sofrem incremento. Desde o fim de abril as estimativas para o IPCA não ultrapassavam 2%. Apesar disso, o resultado aguardado ainda é inferior ao piso da meta inflacionár,ia (2,5%).
Veja a análise completa, que também inclui dados da Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e da oferta de crédito imobiliário, pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), no Informativo Econômico do Banco de Dados da CBIC.