Lançamentos do Casa Verde e Amarela foram reduzidos em 40% no 1º trimestre de 2022

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Agência CBIC

No 1º trimestre de 2022, os lançamentos de unidades do programa habitacional Casa Verde e Amarela (CVA) foram reduzidos em 40,4% e a oferta final em 11,1%, em comparação com o 4º trimestre de 2021. Os números negativos não têm relação com a alta nas taxas de juros, mas são afetados por três fatores predominantes: aumento dos preços e dos custos dos materiais da construção civil; falta de confiança para novos lançamentos dos empresários e incorporadoras; e queda do poder aquisitivo das famílias.

As informações fazem parte do estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do 1º trimestre de 2022, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica. O trabalho foi divulgado em coletiva de imprensa online nesta segunda-feira (23), com os dados coletados e analisados de 196 cidades pesquisadas, sendo 25 capitais, de Norte a Sul do país. Algumas cidades foram avaliadas individualmente ou dentro das respectivas regiões metropolitanas.

O comparativo das regiões nos lançamentos do CVA mostra o Norte com 85% de participação, o Nordeste com 51%, o Sudeste com 44%, o Sul com 32% e o Centro-oeste com 24%. Em unidades vendidas, a região Sudeste lidera com 56%, seguido do Nordeste (52%), Norte (49%), Centro-oeste (40%) e Sul (36%). Já a participação da oferta final representa: Sudeste (46%), Nordeste (44%), Centro-oeste (31%), Norte (29%) e Sul (25%).

“Se o governo reagir rapidamente à redução das contratações do CVA dando maior viabilidade aos seus produtos, ainda teremos um resultado em 2022, próximo ao do ano passado”, afirmou o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci.

Lançamentos

O mercado imobiliário, como um todo, demonstrou queda no período, especialmente no número de lançamentos e da oferta final – como consequência do aumento do preço dos insumos e da conjuntura econômica. No 1º trimestre de 2022, em comparação com o trimestre anterior, os lançamentos foram reduzidos em 42,5% e a oferta final em 7,6%.

Segundo o presidente da CBIC, José Carlos Martins, entre o 2º semestre de 2020 e o 2º semestre de 2021, os lançamentos apresentavam um crescimento constante – depois o mercado aponta redução em relação ao pico mais alto.

Martins também analisa que os empresários e as incorporadoras administram os impactos do aumento de custo em empreendimentos com obras em andamento. “Entretanto, para novos lançamentos é inevitável o repasse destes custos ao preço de venda”, disse.

Em relação ao 4º trimestre de 2021, o Sudeste foi a região que mais registrou queda nos lançamentos com 52%, seguida da Região Norte (51,2%), Sul (39,7%), Centro-oeste (8,2%) e Nordeste (7,1%). Já em comparação com o 1º trimestre de 2021, as regiões Centro-oeste e Sudeste registram alta de 11,4% e 7,5%, respectivamente. As demais apresentaram queda: Sul (27,9%), Norte (5,7%) e Nordeste (1,7%). 

Vendas

Sobre as vendas, existiu uma tendência de crescimento desde o 1º trimestre de 2017, mas a partir do 2º semestre de 2021, começaram a estabilizar. Em relação ao 4º trimestre de 2021, o número de unidades residenciais vendidas subiu 2,2%.

Em comparação com o trimestre anterior, três regiões apresentaram alta: Centro-oeste (13,9%), Sul (13,4%) e Nordeste (8,6%). As outras regiões registraram queda: Sudeste (4,4%) e Norte (2,1%).

Martins falou ainda sobre o efeito do aumento de custo, impacta no preço de vendas no Casa Verde e Amarela. “Nos últimos tempos quem tem puxado o mercado é a habitação de mercado, que acaba sofrendo o impacto dos juros, que deve estabilize. Se a Casa Verde e Amarela continuar negativa, logicamente terá uma queda no mercado como um todo. A nossa esperança é de que, daqui para o final do ano, com a entrada em vigor da curva 2 de subsídio e com o pleito de termos a curva 3, a gente atenda a meta de contratação prevista no Orçamento de R$ 60 bilhões”, menciona José Carlos Martins.

Oferta final

Em comparação com o 4º trimestre de 2021, todas as regiões brasileiras apresentaram queda: Sul (9,3%), Sudeste (7,3%), Nordeste (7,2%), Norte (7,1%) e Centro-oeste (5,2%).

Já em relação ao 1º trimestre de 2021, as regiões Sudeste e Centro-oeste registram alta com 19,7% e 10,4%. As demais mostraram queda: Sul (9,9%), Nordeste (8,8%) e Norte (4,8%).

 

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