Carolina Araújo
Assessoria de Comunicação Social do Sinduscon-DF
O Sinduscon-DF encerrou as celebrações dos 58 anos com a palestra “Desafios da Perenidade e a Sucessão em Empresas Familiares”. O tema foi ministrado pelo advogado, mestre em Direito Empresarial e professor de Governança e Sucessão na Fundação Dom Cabral, Mateus Simões. O evento, realizado nesta quinta-feira (24), foi exclusivo para associados do sindicato e convidados.
Na abertura, o presidente da casa, Dionyzio Klavdianos, falou que o principal parceiro do sindicato é o associado. “O evento é para os associados e, claro, não poderíamos deixar de chamar aqueles secretários, presidentes de entidades, que são parceiros do setor da construção, em especial, do Sinduscon-DF”, justificou.
Ele ainda pontuou sobre a ajuda que o pequeno construtor cobra da entidade. “Fizemos várias pesquisas no projeto ‘Escutando o Associado’ e vimos o apoio que os pequenos empresários cobram do Sinduscon. Eles ainda veem a nossa entidade valorizando muito e dando reforço para o maior empresário. Por isso trouxemos este tema relacionado à sucessão, que engloba todos”, descreveu.
Ricardo Salerno, diretor presidente da RS Gestão Empresarial associada à FDC, cumprimentou os presentes. “Parabenizo e agradeço a toda a equipe do Sinduscon que nos honra com essa parceria. Para nós é uma alegria muito grande estarmos próximos de um setor tão importante para a economia e nos colocamos à disposição”, disse.
Com a palavra, a secretária da Mulher do DF, Ericka Filippelli, agradeceu a parceria. “A política para a mulher que acreditamos é essa, estar em todas as áreas, influenciar, construir e promover um mundo mais igual, de oportunidades e aqui no Sinduscon nós encontramos portas abertas”, destacou.
Convidado a falar, o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, felicitou o sindicato pelos 58 anos. “Noite de festa! E a gente se sente parte de uma parcela, pelo menos nos últimos três anos de trabalho. É um momento de reconhecimento pelo seu trabalho, Dionyzio, pela importância que o Sinduscon teve na pandemia, não só mantendo os empregos. Também agradecer pelo relacionamento que a gente construiu com o BRB”, exaltou.
Dando início a palestra, Mateus Simões contextualizou que o tema é de grande importância. Ele disse que a fundação fez um estudo de 2018 para 2019, antes da pandemia, mostrando que 90% dos negócios consolidados no Brasil, que existem há mais de cinco anos, são controlados por famílias. “Essas empresas representam 62% do PIB nacional e 60% de todos os empregos no Brasil. Esse grupo é muito importante para ser avaliado para nós, como empresários, e para o sistema financeiro e público”, pontuou.
De acordo com Mateus, o estudo mostra que as empresas têm uma taxa de mortalidade muito alta. A pesquisa fez a distinção das empresas em três grupos geracionais: 1ª geração, até 20 anos; 2ª geração, 20 a 40 anos e as empresas que têm mais de 40 anos, que fazem parte da 3ª geração. Segundo os dados, só 30% dos negócios consolidados conseguem passar dos 20 anos de idade. Para passar de 40 anos, a taxa de sobrevivência é de 10% e o número vai a 3% para empresas que superam os 60 anos.
E por que essas empresas fracassam? Mateus lembrou que se tem um índice de planejamento estratégico de 20% das empresas de controle familiar, ou seja, apenas essa parcela que propõe um planejamento para o futuro. “É um número que eu considero baixo. Assusta ainda mais saber que apenas 5% das empresas cumprem o planejamento que elas fizeram”, assinalou. Ele ainda disse que 95% das empresas não se estruturam para pensamentos de longo prazo, portanto, desaparecem.
O professor disse que 80% das empresas não têm sucessão definida e que não existe um preparo para quem for assumir. Segundo ele, o empresário aponta que não tem tempo para pensar em quem irá sucedê-lo, caso ele vá a óbito. “As pessoas não pensam em sucessão até que seja tarde demais”, enfatizou.
Ao final, o advogado deixou uma mensagem aos participantes. “As empresas familiares são as mais rentáveis, pensem nas empresas de todo o mundo, a maior parte delas são familiares, as que tem dono. Elas têm um potencial de rentabilidade muito superior ao das outras, o problema é que elas oscilam e morrem na oscilação porque elas não se preparam para as brigas, mortes e divórcios”, descreveu.
Estiveram presentes no evento o presidente da Asbraco, Afonso Assad, o presidente do Seconci-DF, Marcelo Guimarães, o presidente da Terracap, Izidio Santos, o presidente da Fibra, Jamal Bittar, a presidente do Crea-DF, Fátima Có, o diretor superintendente do Sebrae-DF, Antonio Valdir, dentre outras autoridades e associados do Sinduscon-DF.