Agência CBIC
A sigla em inglês para environmental, social and governance (ESG) é um termômetro do grau de sustentabilidade e do impacto social de uma empresa. A construção da Rodovia dos Imigrantes, que liga a cidade de São Paulo à Baixada Santista, foi um marco histórico na engenharia civil nacional, tendo como uma das suas prioridades executar há 35 anos uma obra sem grandes danos ambientais e, em alguns aspectos, contribuir para a preservação da fauna e da flora.
No Brasil, outras obras da engenharia também trabalham alinhando desenvolvimento e preservação do meio ambiente.
“A engenharia tem um papel fundamental para que tenhamos projetos que levem a um desenvolvimento sustentável. Do ponto de vista do conhecimento técnico, existem plenas possibilidades que isso ocorra”, ressalta o presidente da Comissão de Obras Industriais e Corporativas da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (COIC/CBIC), Ilso José de Oliveira.
“Necessitamos, apenas, que essas condicionantes sejam consideradas ‘valor’ pela sociedade e pelas autoridades”, salienta o executivo.
Na avaliação de Ilso de Oliveira, a Engenharia tem que encontrar caminhos para que esses quesitos sejam mandatários nas tomadas de decisões, para, por exemplo, se decidir pelo projeto ‘A’ ou pelo projeto ‘B’.
“Devemos trabalhar para que as contratações de serviços de Engenharia se deem pelo Melhor Preço e não pelo Menor Preço como acontece atualmente na maioria dos casos”, disse.
Para o diretor da Comissão de Infraestrutura (Coinfra) da CBIC e diretor operacional da Dimensional, Vinicius Benevides, há alguns anos a adoção de medidas voltadas ao ESG era uma inovação.
“Hoje, ainda é uma opção e um diferencial. Não tenho dúvidas de que, em poucos anos, se tornará uma obrigação – legal ou mercadológica – e, por conseguinte, as empresas que não estiverem preparadas e aderentes às melhores práticas, poderão ver seus clientes e seus créditos esvaírem”.
Construção civil, locomotiva do crescimento do país
Ao reforçar que a indústria da construção é, por excelência, uma grande geradora de empregos, Ilso de Oliveira ressalta que a engenharia precisa ser reconhecida e valorizada no Brasil. “É fundamental que a sociedade, de uma forma geral, tenha essa consciência e que façamos um investimento forte em educação e em novas tecnologias e inovação”, enfatizou o executivo.
“A construção consome insumos na quase totalidade produzidos no País, portanto estimula outros setores industriais e as obras de infraestrutura são condicionantes para que se estabeleça ambiente propício para investimentos”, completa.
O tema Valorização da Engenharia tem interface com o projeto “Fortalecimento das Empresas de Obras Industriais e Corporativas da Comissão de Obras Industriais (Coic) da CBIC, com a correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).