Samambaia completa 26 anos com o título de uma das cidades que mais crescem no Brasil – Fato Online

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Fato Online
Clea Paixão 


Com o crescimento da população, os problemas também aumentam. E um deles é a falta de segurança. O efetivo da Polícia Militar, em Samambaia, é de 520 policiais para quase 290 mil habitantes, o que significa um policial para mais de 500 moradores 

Samambaia nasceu para abrigar o alto número de pessoas que migravam de outras partes do país para o Distrito Federal. Atualmente, segundo dados da PDAD (Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios) da Codeplan (Companhia de Planejamento do Distrito Federal), ela é uma das cidades que mais crescem no Brasil. Nos últimos cinco anos, a população cresceu 5,56%. Segundo estudos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontam as taxas de crescimento populacional verificadas entre 2013 e 2014, nos municípios que têm entre 100 mil e 500 mil habitantes, a taxa geométrica de crescimento é de 1,12%. Nos locais com mais de meio milhão de moradores, a taxa cai para 0,84%. 

Com a evolução da verticalização das moradias, a região recebe 10 mil novos moradores por ano, o que a torna a segunda cidade mais populosa do DF, atrás apenas de Ceilândia. Os primeiros habitantes começaram a viver em Samambaia em 1985. Vieram da remoção de invasões como Boca da Mata, Asa Branca e outras. A fundação oficial aconteceu em 25 de outubro de 1989, por meio da Lei 49 e do Decreto 11.291. E passou a ser  a 12ª região administrativa do DF. O  projeto urbanístico foi produzido 11 anos antes. O Peot (Plano Estrutural de Organização Territorial) de 1978, já trazia o projeto “Samambaia – Estudo preliminar”, que foi implementado em 1982. De lá até os dias atuais, a ocupação é intensa, principalmente com a verticalização das moradias. 

No próximo dia 25 de outubro, Samambaia vai comemorar seus 26 anos de existência, totalizando quase 290 mil habitantes. E ainda há muito espaço para desenvolver mais. Está fincada numa região de 102,6 quilômetros quadrados. É formada por uma área urbana e outra rural. A parte urbana está dividida entre os setores norte e sul. Já a parte rural é constituída pela área isolada Guariroba e pelo núcleo rural Tabatinga. 

A verticalização das moradias 

A expressão popular de que um lugar cresce a olhos vistos se aplica perfeitamente a Samambaia. A região administrativa se tornou a preferida do mercado imobiliário nos últimos anos. Construtoras apoderaram-se de lotes nas áreas centrais e erguem arranha-céus, mudando a paisagem urbana. A cidade é uma das regiões de mais investimento imobiliário do DF, favorecida pela oferta de transporte público, boa infraestrutura urbana e aumento da renda dos trabalhadores. A radiografia feita pela PDAD, divulgada em setembro deste ano, mostra que Samambaia teve crescimento da renda em 2015, pulando para 3.368,49 na comparação com 2011 e 2013, com renda per capita de R$ 915,00. 

Com isso, o valor do metro quadrado subiu de R$ 2 mil para R$ 3,7 mil, comércio e serviços foram impulsionados e a população aumentou consideravelmente.  A construção civil é o carro-chefe dessa dinâmica. “A cidade oferece uma estrutura urbana melhor e maior do que outras cidades. Ela é bem dotada de um sistema viário e de áreas verdes. São uma série de motivos, que, aliados à questão do metrô, tornam a cidade interessante e atrativa para o mercado das construtoras” afirma João Acioly, vice-presidente do Sinduscon-DF. 

Em 2013, de acordo com a Codeplan, 10,5% das moradias de Samambaia eram prédios. Esse número cresceu nos últimos dois anos anos. No entanto, para receber um grande fluxo de pessoas, é necessário que outras questões, além da moradia, sejam adaptadas, para não haver prejuízo à qualidade de vida. A população reclama da falta de segurança. 

Infraestrutura da cidade 

A cidade conta com três estações de metrô – Furnas, Samambaia Sul e Samambaia –, universidades, ciclovias bem movimentadas, fórum, hospital, Ministério Público, centro olímpico, centro comunitário, feira com três módulos, igreja e comércio bem diversificado. São mais de duas mil empresas. Mas, segundo o administrador regional, Claudecir Miranda, o maior problema de Samambaia é a falta de emprego. “As pessoas estão reclamando muito da falta de emprego. Elas querem trabalhar, querem dignidade. Como administrador estou correndo atrás, para incentivar as empresas gerarem mais empregos, trazer indústrias pra cá. Gerando emprego resolve boa parte de tudo". Apesar do crescimento populacional – cerca de 43 mil pessoas migraram para a cidade nos últimos cinco anos –, apenas 30% trabalham na região. 

A falta de segurança 

Dados da SSP/DF Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social informam que, entre janeiro e setembro de 2015, os crimes violentos letais intencionais (homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte) caíram 14% em Samambaia, em comparação com o mesmo período do ano passado. O roubo em comércio também foi reduzido de 531 para 217, uma queda de 59,1%. A estatística positiva  faz parte da meta do "Viva Brasília – Nosso Pacto pela Vida", programa de segurança pública do DF elaborado pela SSP/DF e lançado em 21 de julho, em todas as regiões administrativas. 

No entanto, a equipe da TV Fato apurou que a maior reclamação da população é, ainda, a falta de segurança. Samambaia sofre com a ausência de policiamento em grande parte de suas quadras. O programa semanal do portal Fato Online, Brasília de Perto, mostra imagens de um caixa eletrônico que foi explodido por quatro assaltantes dentro de uma drogaria na Quadra 1.031. O assalto aconteceu na madrugada do dia 1º de outubro. Ninguém se machucou, mas comerciantes e moradores da região contaram à equipe de reportagem da TV Fato que se sentem constantemente inseguros. Tanto que ninguém quis gravar sobre o assunto, com medo de virar alvo dos bandidos. 

Em entrevista ao Brasília de Perto, o administrador regional afirma: “Existem poucos policiais, e o pouco que nós temos está nas ruas. Cada dia mais está aumentando a população, são 10 mil moradores a cada ano, e os policiais de cinco anos atrás são os mesmos. Não acompanha”. E acrescenta que a Polícia Militar está fazendo operação surpresa com policiais a paisana dentro dos ônibus para coibir a ação dos bandidos. Atualmente, o efetivo da Polícia Militar, em Samambaia, é de 520 policiais para quase 290 mil habitantes, o que significa um policial para mais de 500 moradores. 

Obra de saneamento básico 

Alguns setores de Samambaia ainda carecem de infraestrutura básica, como rede de esgoto e saneamento básico. De um lado, plena expansão, de outro, muita pobreza. Quinze mil pessoas sofrem com falta de rede de esgoto e insfraestrutura em Samambaia Norte. Há quase três anos, foi iniciada uma obra, prevista para ser entregue à população em 180 dias, e que ainda não foi concluída. A falta de esgoto deixa as bocas de lobo entupidas, acumula lixo, causa acidentes e a água suja, que escorre pela rua, causa mau cheiro na região.  

A ordem de serviço para o início das obras de coleta para o tratamento do esgoto das quadras 800 e 1.000 da Região Administrativa foi assinada em 5 de abril de 2013. Claudecir Miranda disse que a empresa contratada pelo governo passado para executar a obra faliu e que a Caesb está fazendo nova licitação para concluir a obra, o que deve acontecer em 90 dias. Ele garante que 95% da cidade tem esgoto, faltam apenas 5% nas quadras 800 e 1.000.

 

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