Fábrica Social: um projeto para levar dignidade e cidadania - Fato Online

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O objetivo da Fábrica é promover a inclusão social e a capacitação profissional, principalmente de moradores da Cidade Estrutural, Ceilândia, Samambaia e outras regiões de baixo poder aquisitivo  

A Fábrica Social - Centro de Capacitação Profissional criada em 2012, mas que começou a funcionar na prática em setembro do ano seguinte, tem o propósito de atender a população inscrita no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal) e no Programa DF Sem Miséria, que atendem a famílias de baixa renda. O objetivo é promover a inclusão social e a capacitação profissional, principalmente de moradores da Cidade Estrutural, Ceilândia, Samambaia e outras regiões de baixo poder aquisitivo. A Fábrica Social está instalada em dois galpões na Cidade Estrutural é vinculada à Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. 

Cursos 

Para isso, desde que começou a funcionar, a Fábrica já formou aproximadamente 800 pessoas que hoje trabalham com a fabricação de bonés, uniformes, sacolas, bandeiras, bolas e vários outros itens. A aposta é a fabricação de painéis solares em parceria com SEMA. Em outubro de 2015, a Fábrica Social ganhou mais um curso: construção civil. No curso, 50 alunos terão 24 meses para aprender sobre hidráulica, elétrica, acabamento e outras atividades da área. Para impulsionar a Fábrica em 2016, a aposta é a fabricação de painéis solares em parceria com SEMA (Secretaria de Meio Ambiente) para o programa Brasília Solar do GDF. Os cursos serão ministrados a partir de março e os painéis serão vendidos a baixo custo. O curso também terá a duração de dois anos.


Faltam recursos
 
O projeto enfrenta um problema grave para funcionar plenamente. A falta de instrutores devido os cortes de recurso feitos pelo governo do Distrito Federal em 2015. Por isso, embora a Fábrica tenha sido projetada para atender 1.200 alunos, hoje apenas 400 estão matriculados, ou seja, cerca de 30% da capacidade de formação do projeto. Mas, o Secretário de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Joe Vale, garante que este ano vão haver investimento e com isso será possível dar oportunidade para novos alunos. Joe Valle promete que todas as vagas estarão preenchidas até o fim do ano e cita números atuais como exemplo.
 
"Os alunos já voltaram a produzir parte dos uniformes escolares da rede pública de ensino do DF. São duzentas mil camisetas para beneficiar as famílias cadastradas na Secretaria de Desenvolvimento Social, que não têm condições de comprar os uniformes dos estudantes", conta. A ideia é confeccionar também os uniformes dos funcionários do Metrô, da Secretaria de Saúde, principalmente roupas de cama. Para sanar a falta de cerca de dez instrutores, a secretaria tenta conseguir contratações temporárias junto ao Governo Federal.

Lixão
 
Outra demanda que o projeto Fábrica Social deve absorver é a capacitação profissional para os catadores do Lixão da Estrutural. A secretaria pretende criar cooperativas de corte e costura que vão absorver a mão de obra que hoje tiram o sustento como catadores no lixão. É que aterro sanitário em Samambaia está previsto para ser inaugurado em junho deste ano. "Os galpões das cooperativas de reciclagem determinados pela Lei de Resíduos Sólidos ainda não estão prontos e essas pessoas não podem ficar sem renda de uma hora para outra. É muita gente", ressaltou Joe.
 
Os projetos do secretário para 2016 também incluem a criação de creche nas dependências da fábrica para cuidar das crianças enquanto as mães são capacitadas. "Em parceria com a Secretaria de Educação, queremos trazer o EJA (Ensino de Jovens e Adultos), no turno da noite para completar os estudos de quem não terminou e alfabetizar aqueles que não foram alfabetizados", explica.
 
Exemplo
 
José de Jesus quer ter o seu próprio negócio. José de Jesus mora na Cidade Estrutural e já trabalha como eletricista, mesmo assim fez a inscrição e quando foi chamado para o curso de construção civil não perdeu a oportunidade. "Minha intenção é ter o próprio negócio. Mesmo que eu não vá colocar a mão na massa é sempre bom aprender", disse. Para tentar uma vaga na fábrica, é preciso se inscrever pelo 156. O transporte e a alimentação dos alunos são custeados pelo governo e, dependendo da produtividade de cada um, recebem um valor em dinheiro.
 
Estrutura
 
São 583 máquinas de costura que confeccionam em qualquer tipo de tecido, sendo que quatro delas são específicas para fazer bordados. Nos turnos matutino e vespertino, a fábrica disponibiliza salas com computadores e salas de cursos teóricos. Os cursos são ministrados em parceria com o Sistema S, que inclui o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Sesi (Serviço Social da Indústria) e Sescoop/DF (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Distrito Federal).
 
Desemprego
 
Além do aprendizado profissional, o projeto oferece um novo horizonte para quem não tinha mais esperança no mercado de trabalho, principalmente em uma fase de incertezas. O público atendido pelo projeto é formado por pessoas com deficiências, idosos e menores infratores, que dificilmente têm oportunidade de trabalho. De acordo com dados da PED-DF (Pesquisa de Emprego e Desemprego para o Distrito Federal) de 2015, divulgados pela Codeplan (Companhia de Planejamento) no último 27, o contingente de desempregados no Distrito Federal em 2015, na média do ano, foi estimado em 221 mil pessoas, frente a um total 1,3 mi de pessoas empregadas.
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