Construção civil tem alta em 2020; expectativa é grande para 2021

(Foto: Reprodução/Jornal de Brasília)
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Geovanna Bispo
Jornal de Brasília

Ao contrário de muitos setores que tiveram baixas durante 2020, a construção civil e o mercado imobiliário brasiliense tiveram um bom ano e 2021 já se mostra promissor logo nos primeiros meses. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinducon-DF), Dionysio Klavdianos, o desempenho dos departamentos foi surpreendentemente superior ao de 2019. “Esses números eram esperados se não houvesse pandemia, mas tendo acontecido, foi algo inesperado.”

Não tendo sido incluído nas restrições de lockdown em momento nenhum, a construção civil teve um grande trabalho, principalmente em reformas. O engenheiro civil Roberto Veras, conta que, no começo da pandemia, em março, foi um susto, por estarem lidando com uma situação inédita. Porém, a partir de abril, as coisas mudaram  e começaram a aparecer muitos serviços residenciais. “Quanto mais em casa, mais você vê os problemas dentro dela. Às vezes você não gosta da cor, enjoa, ou você vê que aquele piso, ou aquele banheiro, já não está mais agradando”. Mesmo com o novo lockdown total decretado na última sexta-feira (26), Roberto diz que as expectativas seguem altas.

Sendo setores em grande parte complementares, a alta na construção também significou um bom momento para a venda e inauguração de imóveis. De acordo com dados da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi) em parceria com o Sinducon, o departamento manteve um desempenho positivo em 2020, podendo ser considerado o melhor ano da história da pesquisa. 

O presidente da Ademi, Eduardo Aroeira, explica que, a alta nas vendas e nos lançamentos de imóveis, se deve a dois principais fatores. O primeiro sendo as baixas taxas de juros, que foram de 12% (2019), para 6,25% (2020). “Na prática, isso significa que as pessoas que pegam um empréstimo para financiar seu imóvel, eles pagam prestações menores, que cabem nos bolsos das pessoas.”

Já o segundo se relaciona com o que Roberto Veras relatou anteriormente: a ressignificação do lar. “ Um imóvel de qualidade é fundamental para que as pessoas possam viver com conforto e qualidade de vida”, completa Aroeira.

Ainda segundo os dados da Associação e do Sindicato, o valor geral de vendas (VGV) de 2020 foi de R$1,5 bilhão.

Empregabilidade

Em levantamento realizado na última terça-feira (02)  pelas Agências do Trabalhador do DF, 37,1% das vagas disponíveis são para profissionais da construção civil. Esse número representa 82 oportunidades para armadores de ferro, carpinteiros, marceneiros e serventes.

Mulheres e a construção civil

Além de ser um dos campos que mais alavancam a economia brasileira, a construção civil também é um lugar que as mulheres têm conquistado cada vez mais espaço. De acordo com dados do IBGE, no Brasil, em 2018, haviam 239.242 trabalhadoras registradas nesse mercado. A título de comparação, em 2007 o número era de 109.006, tendo, assim, um aumento de 120% em 11 anos.

O instituto indica que, um dos fatores que estimulou o aumento foi a modernização e evolução do setor.

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