Fundo do poço

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 Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente Administrativo-financeiro do Sinduscon-DF 
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat) 

“Hoje, infelizmente, as escolas e universidades viraram empresas que vendem diplomas e os alunos, clientes que compram".

O comentário acima foi feito pelo professor italiano Nuccio Ordine, em entrevista à Folha, no dia 6 de março.

Nos idos de 2010, era este o meu medo com a quantidade de engenheiros e arquitetos que se formariam anos depois, vindos das tantas faculdades particulares criadas durante o período de forte crescimento da indústria de construção.

Hoje, em plena crise do setor, minha preocupação nem é mais esta, mas sim com a frustração destes jovens em não poderem colocar em prática o pouco que devem ter absorvido. Colocar em prática o sonho acalentado de ganhar dinheiro exercendo uma das mais clássicas profissões do imaginário popular.

Ninguém contrata estagiário, ninguém contrata engenheiro recém-formado, ninguém contrata engenheiro…

Semana passada me contaram a história de um profissional competente e conhecido, desempregado desde o ano passado, que ao procurar emprego no Sistema Nacional de Empregos (SINE), descobriu que brigava por uma única vaga com mais 200 outros candidatos.

Não está ruim para todo mundo…

Eduardo, nosso contador nas entidades, me informou que o movimento no escritório está forte como nunca. ”Muita gente procurando por causa do Simples”.

Gente que foi despedida, está desempregada, não consegue emprego e é forçada a empreender. Como o engenheiro, que depois de anos na companhia é demitido e monta uma empresa que competirá com a do antigo patrão.

Cachorros bravos brigando por alguns ossos…

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