A melhor casa do mundo

A melhor casa do mundo
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 Dionyzio A. M. Klavdianos

Vice-presidente Administrativo-financeiro do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)

No Estadão de 28 de fevereiro, no blog de Edison Veiga, ficamos sabendo que a “melhor casa do mundo” fica na Vila Matilde, bairro da periferia da cidade de São Paulo, e pertence à Dona Dalva, diarista de profissão há mais de 40 anos. 

O projeto, elaborado pelo escritório de arquitetura Terra e Tuma, foi o vencedor da categoria “Residência”, na premiação anual do site ArchDaily. 

A casa da mãe estava desmoronando e um de seus filhos se lembrou que a ex-mulher dele era amiga da prima de um certo arquiteto. Foram até ele para contratá-lo, mas avisaram que a mãe só tinha como gastar R$ 150 mil reais, a economia de toda uma vida.

Deu certo...

O escritório assumiu o projeto e a obra. Em quatro meses, demoliu a estrutura antiga, tomando o devido cuidado em preservar as habitações vizinhas, praticamente geminadas, e, em seis meses, deu vida a uma linda residência em estilo moderno, construída à base de alvenaria de bloco de concreto armado.

O charme, inclusive, é justamente este. Os blocos ficaram aparentes, assim como a estrutura e as instalações. Vale a pena entrar na página do prêmio e conhecer a beleza e a inteligência do projeto.

Dona Irene também mora na melhor casa do mundo. Mas aí, o critério é o dela.

Copeira há 33 anos no Sinduscon-DF, assim como a dona Dalva, possuia também uma casinha em mau estado de conservação e algum dinheirinho guardado. A diretoria da entidade delegou ao Marcus Rios, engenheiro e um dos diretores do sindicato, a incumbência de cuidar da reforma e ampliação da casa. Os diretores também se cotizaram com algum dinheiro e material.

O resultado, conhecemos ao vivo no final de semana. É uma casa que chama a atenção pelo capricho e esmero da obra. Ao contrário da casa da dona Dalva, a da dona Irene é do padrão convencional e contou com os pitacos da proprietária na gama de revestimentos cerâmicos utilizados no acabamento.

E bota gama...

Em comum, as duas histórias têm o fato de o sonho de ambas as profissionais terem sido conquistados à base de muito suor, responsabilidade e poupança. Três ingredientes tratados como básicos, mas geralmente desprezados.

Outro fato que chama a atenção, é que, nos dois casos, as proprietárias foram assistidas por profissionais competentes e que prestaram assistência irrestrita aos empreendimentos. Fiquei curioso em conhecer a obra da dona Dalva de perto, mas a da dona Irene, que vi de perto, posso garantir que terá qualidade e vida longa.
 

 

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