Engenharia Social

Engenharia Social
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Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente Administrativo-financeiro do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)
 
No Estadão de 14 de abril, a notícia de que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou lista dos cursos de Direito que recomenda no Brasil. Como critérios, o desempenho dos alunos no concurso da Ordem e no Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade), do Ministério da Educação (MEC), são 78 escolas públicas e 61 privadas.

Trata-se de excelente guia para alunos interessados em seguir esta importante carreira profissional, e melhor, em época de tamanha concorrência por vagas nas faculdades mais procuradas, normalmente as públicas, o interessado tem como escolher uma outra faculdade não tão concorrida, mas de boa qualidade. Se for particular, aí sim o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) torna-se de fato um investimento de menos risco em seu futuro.

Por exemplo, em Brasília há quatro faculdades listadas - uma pública e três particulares -, sendo que uma das particulares listadas nem é das mais conhecidas! Infelizmente não temos nada assim para cursos de Engenharia… e olha que em anos recentes o aumento do número de faculdades de tecnologia criadas pelo Brasil afora foi exponencial! Embora chanceladas pelo Ministério da Educação, são todas de bom padrão de qualidade? Na mesma edição do dia 14 de janeiro, o Estadão destaca a premiação do chileno Alejandro Aravena com o Pritzker de 2015, considerado o Nobel da Arquitetura mundial, já concedido em anos anteriores também aos brasileiros Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha. Segundo relata a matéria, o presidente da fundação Hyatt, Tom Pritzker, declara: “Ele pratica uma arquitetura inteligente tanto em termos de projetos privados como de âmbito público e encarna o ressurgimento de um arquiteto mais comprometido com o social”. O arquiteto conhece o PMCMV: https://paraconstruir.wordpress.com/2015/08/06/uma-rua-como-aquela/.

Não sei se temos algum prêmio assim para reconhecimento do trabalho do engenheiro ou da Engenharia. Claro que neste caso o campo de ação é bem mais amplo; projeto, mecânica dos solos, saneamento, barragens… há uma grande variedade dentro de uma única área. Engraçado que numa entrevista concedida ao Globo de 14 de janeiro, o arquiteto parece indicar que a Engenharia tem muito mais evidencia que a Arquitetura, particularmente acho o contrário.

Aqui perto da região serrana do Rio de Janeiro onde passo férias, o assunto recorrente nos telejornais da cidade são os cinco anos decorridos da maior tragédia ambiental brasileira de todos os tempos; os diversos deslizamentos de encostas na região de Nova Friburgo provocados pelas chuvas que assolaram a região no início do ano de 2011. Para variar, muitas (a maioria?) das obras de edificação e infraestrutra prometidas ou necessárias não foram executadas.

Agora mesmo que redijo este post, a notícia de que agora mesmo, neste final de semana, uma drenagem clandestina foi a responsável pelo deslizamento de um trecho de talude, que provocou a destruição completa do único posto de saúde que atendia uma determinada região da cidade.

Penso aqui se entidades, associações, Creas, Clubes de Engenharia, faculdades não perderam uma grande chance de serem produtivas e darem algo em troca para uma sociedade que investe bastante nos profissionais e estudantes que representam e deles aguardam retorno.
 
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