O BIM e a eclusa Tucurui

O BIM e a eclusa Tucurui
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Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente Administrativo-financeiro do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)

No Estadão de domingo, 22 de novembro, a notícia de que a eclusa de Tucurui, inaugurada em 2010 ao custo de investimento de R$ 1,6 bilhão de reais, não entrou pra valer em operação, porque a obra de retirada de pedras no leito do rio, que impedem a passagem de embarcações num trecho de 43 km, nunca foi contratada pelo governo federal.

Em 1987 eu trabalhava na Themag engenharia, empresa responsável pelo projeto e fiscalização da UHE de Tucurui. Meu primeiro emprego como engenheiro civil. O projeto da eclusa já estava pronto, ou quase, pois tinha-se muito claro a importância desta obra para a economia local e do país. Todavia, lá se vão quase trinta anos e a eclusa praticamente ainda não está em operação. Para se ter uma ideia do atraso, no ano de 2014 passaram pelas comportas apenas 150 mil toneladas de produtos de um total de 40 milhões de toneladas previstos.

Segundo a matéria: “Desde 2010, a autarquia do Ministério dos Transportes tenta licitar a obra do Pedral do Lourenço, como é conhecida a corredeira de pedras que se estende sobre o rio Tocantins. Já foram feitas três tentativas, mas todas fracassaram, por conta de diversos problemas.”
 
Na primeira tentativa, o Dnit informou em edital que pagaria até R$ 540 milhões de reais pela empreitada. O vencedor pediu R$ 390 milhões de reais, os técnicos acharam barato e cancelaram a licitação.

Na segunda tentativa, três anos depois, a Vale, interessada em instalar uma siderúrgica na região, executou e doou os projetos, que posteriormente foram condenados pela marinha em virtude de não utilizarem, no entender da corporação, critérios técnicos corretos.

Solicitada a corrigir, a Vale não concordou e coube à Universidade do Paraná executar a tarefa.

Nos últimos meses, três editais já fracassaram. Nova abertura de propostas está prevista para outubro deste ano e o valor previsto em edital é de R$ 560 milhões de reais. Se tudo der certo, o Dnit informa que em cinco anos a obra estará concluída.

No post https://paraconstruir.wordpress.com/2015/11/19/bim-nas-obras-publicas/ tratei da utilização do BIM em concorrências públicas. Fico pensando no que este notável avanço tecnológico poderia ter ajudado no encurtamento do prazo para pleno funcionamento das comportas da eclusa de Tucurui...
 

 

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