Melhorou

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Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente Administrativo-financeiro do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)

 
Amanhã, 12 de agosto, presto conta de um ano de trabalho na Comat Cbic e, no que diz respeito à norma de desempenho vou dizer, que de forma geral progrediu bastante o grau de conscientização em torno da melhoria da qualidade de nossas obras. Vou citar, como exemplo, que na sexta-feira retrasada, 31 de julho, a Cândida, consultora de acústica, me mostrava uma publicação técnica acerca de blocos cerâmicos onde era dissecada toda a sorte de parâmetros físicos relacionados ao insumo. E pensar que, há bem pouco tempo, imaginávamos que este importante segmento da construção, não dispunha de nada similar aos catálogos técnicos, que seus principais competidores apresentam a projetistas e construtores interessados em compreender melhor o sistema construtivo que utilizam. 
 
Cândida me mostrou o tal material no dia em que apresentaria os resultados do projeto “Avaliação do Desempenho Acústico de Edificações em Diferentes Sistemas Construtivos", conforme a Norma de Desempenho ABNT NBR 15.575/2013,″ para dezenas de construtores , projetistas e fornecedores do marcado imobiliário de Brasília. Neste projeto, patrocinado pelo Sinduscon-DF e Ademi-DF, e que contou com a ajuda de várias construtoras locais, 48 tipologias diferentes de sistemas construtivos e equipamentos foram ensaiados em condições de obra. Um bom acervo de parâmetros para quem constroi com responsabilidade.
 
Detalhe, nos ensaios realizados em Brasília, a maioria das tipologias de alvenaria ensaiadas (bloco cerâmico, concreto e drywall) não atendeu os parâmetros da NBR 15575 para os caso de parede limite de dormitórios, a pior situação. Estes dados podem inclusive ser comparados com os fornecidos pelos próprios fabricantes. O que mais me chamou a atenção no evento é que os construtores ali presentes entenderam a limitação dos sistemas tradicionais e, resignados, se mostraram  empenhados em buscar soluções através do aprimoramento na forma de construir. Reação madura e de certa maneira inesperada, em virtude da angústia que tomou conta do setor à época da entrada em vigor da NBR 15575.
 
O setor, de forma responsável, tem se mobilizado para progredir com segurança e a parceria entre entidades representativas de fornecedores, construtores e projetistas tem sido determinante para tal avanço. Pena que a crise atual pela qual passa o setor interferiu significativamente na manutenção do emprego e capacitação de nosso pessoal técnico, de tal forma que bons cursos de imersão na norma de desempenho estão sendo inviabilizados dada a impossibilidade das empresas em investirem. Em época de conturbada agitação política, o setor dá exemplo à sociedade como um todo e as autoridades, em particular, de que uma transição difícil pode ser bem encaminhada quando todos os agentes envolvidos têm claro o objetivo comum.


 

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