Por que não avançamos?

Por que não avançamos?
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Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente Administrativo-financeiro do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)
 
 
Na Folha de 31 de maio a manchete principal destaca que a produtividade do trabalhador americano é quatro vezes superior à do brasileiro. Um retrocesso que remonta à década de 1950.
 
Para medir a produtividade de ambos é simples: pega-se o PIB do país e divide-se pelo número de empregados.
 
Razões apontadas para a defasagem? Segundo a matéria, baixo nível educacional, falta de qualificação da mão de obra, gargalos na infraestrutura e os poucos investimentos em inovação e tecnologia.
 
Pergunta similar foi feita aos empresários da construção cerca de cinco anos atrás por ocasião de pesquisa inédita produzida pela FGV -SP e patrocinada pela Cbic, que mediu a produtividade do setor no período de 2003 a 2009. No caso, procurava-se saber dos mesmos que medidas deveriam ser adotadas para que o ganho de produtividade do trabalhador do setor sobrepujasse o do aumento salarial, fato que já ocorria no final de 2008. Listou-se então três prioridades; treinamento da mão de obra, investimento em maquinas e equipamentos e sistemas construtivos inovadores. 
 
As soluções para o problema sabemos de cor, mas porque não surtem efeito? No caso da construção civil, as vendas de máquinas e equipamentos mais que dobraram no período de 2003 a 2013, sistemas inovadores surgidos na década de 1990 saíram do limbo e bateram recorde de produção. De novo, porque não avançamos? 
 
Algumas coisas que sei e pesam contra o nosso setor; mais da metade do aço consumido pelas associadas da Coopercon-DF é na forma de barra reta, a velocidade média de concretagem dos canteiros do DF, volume de concreto bombeado por hora, é de cerca de 12 m3/h, valor que não oscila desde 2010, época de excesso de demanda, até hoje, época de crise braba. De novo, porque não avançamos?
 
Três milhões de imóveis construídos no PMCMV e destes apenas 15% em sistemas industrializados, o restante em bloco cerâmico e argamassa. É provável que os principais focos de patologia ocorram justamente nestes 85% de imóveis construídos de forma tradicional, nem se imagina a tragédia social que isto representa.
 
Custo Brasil: Não faz muito tempo voltávamos da viagem à Europa invejosos de nos deparar com gruas em todos os canteiros visitados, passou-se pouco tempo e o milagre ocorreu também aqui, passado mais um tanto, o risco é que agora virem sucata. 
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