A política por trás da reforma

A política por trás da reforma
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Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente Administrativo-financeiro do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)
 
 
O Valor de sexta-feira, 22/05, nos pauta, logo em sua capa, com manchete que transformo em título para o texto de hoje. 
 
Acompanho rotineiramente a construção  de um prédio comercial desde  a época da montagem do tapume. É que vez ou outra almoço num restaurante que fica do outro lado da rua, sento e assisto o movimento como se fosse televisão.
 
Vai chegando o estágio de alvenaria e reboco, como acontece com ela agora, e vão  ficando feias de se ver; Viga e pilar se desencontram, as bicheiras da concretagem são preenchidas por uma mistura pouco parecida com o grout recomendado, a parede erguida e rebocada, certamente à base de dispendiosa  tarefa ($), é decepada à largura de dezenas de centímetros para que caiba um tudo milimétrico, material no início bem estocado passa à condição de acumulado. 
 
Justiça seja feita, modernidade e inovação chegaram nestes canteiros; estão lá a bobcat, o fachadeiro com piso metálico, a argamassa pronta e os funcionários de uniforme, bota e capacete convivendo (em harmonia?!) com o pedreiro que alisa com esmero o reboco da parede, que como galinha tratada à boa ração, não sabe que em seguida terá o mesmo triste fim das demais, passadas à fio pela "dupla da morte", ponteiro e marreta, que aguardando a entrada em cena, vão , tac, tac, tac, abrindo mais um furo na laje, concretada a  R$ 250,00 o m3.
 
Muito dinheiro ainda escorrerá pelo ralo. Como água e esgoto também o farão pela ruma de tubos que os bombeiros encaminham para a fachada do prédio, onde certamente serão encobertos por alguma "boneca", criada pelo arquiteto para enlarguecer os pilares frontais. 
 
Como bem perguntaria o Eduardo: "- Qual a vocação deste sistema?" 
 
Assim como a política, tema da reportagem do Valor, a construção civil brasileira precisa de uma reforma.
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