Sergipe II - Museu da Gente Sergipana

Sergipe II - Museu da Gente Sergipana
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Os personagens principais de Os Sertões são o sertão e a batalha. Do próprio Antônio Conselheiro pouco trata o livro, afinal pouco ou quase nada dele se sabia e acabou se sabendo.

A batalha, que mobilizou dezenas de milhares das forças do exército e militar brasileiro contra um número até hoje desconhecido de sertanejos, é toda narrada com base em feitos de gente comum. De um lado comandantes militares com sobrenomes de gente comum, que mal realizavam determinado ato de heroísmo tombavam, vítima de bala atirada de armamento rudimentar, manobrado por jagunços convertidos pela fé, que sem qualquer ensinamento teórico organizaram táticas de guerrilhas originais , só derrotadas na quinta incursão das forças do governo à vila de Canudos.

O Museu da Gente Sergipana é de 2011, foi idealizado pelo criador do Museu da Língua Portuguesa e em 2013 ganhou o prêmio de atração do ano do Guia 4 Rodas. Fiquei sabendo da história através da edição de 2013, última versão lançada pela editora Abril e que guardo como fonte de consulta e relíquia. Na visita de hoje vi o prêmio lá ,ostentado em destaque na parede da entrada, atrás da recepção

O museu é de primeiro mundo, interativo, tecnológico e de fato o destaque é sua gente, seus costumes, história e cultura. Estado que poucos conhecem, berço, por exemplo, de um dos maiores gênios da gente brasileira, Arthur Bispo do Rosário, artista plástico que passou 50 anos internado numa colônia psiquiátrica no Rio de Janeiro.

E se é de gente, é também de Maria Feliciana dos Santos, que com 2,25 m foi por muito tempo considerada a mulher mais alta do Brasil, prêmio recebido na discoteca do Chacrinha na década de 1970, além de jogadora de basquete da seleção brasileira, atração de circo e cantora, ou de Joe Fisch ou Zé Peixe, prático (quem ajuda a atracar navio nos portos), reconhecido mundialmente por ir ao encontro das embarcações nadando e depois de deixá-las em lugar seguro mergulhar de uma altura de 40 metros e voltar nadando pra margem.

No dia que o museu expandir e passar a agregar a gente nordestina, caberia um lugar de honra a quem travou a épica batalha de Canudos.

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