Davi

Davi
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Dionyzio Klavdianos
Presidente do Sinduscon-DF

Traído, Davi não quis saber de tirar satisfação ou, se o fez, o fez dentro dos padrões da dignidade, preferindo perdê-la mais tarde, entregando-se à bebida.

Curioso, o casal de gatos, novato na cidade, observa da janela do apartamento o desenrolar da sina do bêbado, que cambaleia quase que diariamente, apoiando-se nas grades das casas vizinhas, reta final do percurso entre o bar e a casa onde mora com a tia e a irmã.

O Bar… o boteco, enclave em meio a transfiguração generalizada daquela cidade, que cresceu desordenada e ilegal, porto seguro para homens, nem tanto, que de lá já saem trôpegos há tempos, causando nada mais que curiosidade aos olhos do menino de então, hoje mal acostumados é com as grades, símbolo mor da chegada de uma nova era, a das cidadelas, aonde se protege o povo do Davi, que antes causava não mais que curiosidade aos olhos do menino e hoje apenas aos do casal de gatos.

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