Psicanálise

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Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)


Na quinta feira passada, 30 de novembro, recebemos na reunião da Comissão de materiais e tecnologia da Câmara Brasileira da Construção (Comat- Cbic), o diretor comercial da Votorantim Cimentos e vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais (Abramat), Sr Marcelo Chamas, para tratarmos do plano de desenvolvimento para a cadeia da construção civil nos próximos 20 anos.
 

Na opinião de todos os presentes o setor chegou ao limite em termos de produtividade e avanço tecnológico com os ingredientes que dispõe, melhor dizendo, com os ingredientes que não dispõe. Tributação para préfabricados executados fora do canteiro, má vontade com a terceirização, baixa especialização do subempreiteiro, alto grau de informalidade, predomínio do comércio com o “formiguinha” e dos métodos tradicionais, desconhecimento por parte da indústria fabricante de materiais do dia a dia do canteiros ….um rosário.
 

Bem dito pelo vice presidente, que de diagnóstico estamos cheios, e que agora devemos lutar para implementar o que entendemos ser as soluções. Neste sentido a CBIC capitaneia um grupo formado por altos representantes de diversos segmentos da cadeia construtiva que elabora um programa de sugestões de melhorias que será encaminhado ao novo governo com intuito de destravar muitos dos gargalos relacionados no debate.
 

A indústria de cimento, de onde vem o vice presidente Marcelo Chamas, é um exemplo claro do desafio que temos pela frente. Trata-se do segundo setor que mais emite CO2 no mundo, perde para o agronegócio, e fabrica o segundo elemento mais consumido da terra, o primeiro é a água. Mas ao contrário da indústria cimenteira, mais organizada e consciente acerca do dever de casa que lhe aguarda no futuro de curtíssimo prazo, a indústria da construção propriamente dita é dispersa, heterogenea, imediatista, e ,no caso brasileiro, bastante atrasada culturalmente.
 

No Brasil impera a norma do bom e barato e é muito difícil exigir qualidade pagando-se pouco pelo serviço prestado por um construtor, pior é acreditar que esta conta pode fechar mesmo em a empresa não arcando com leis sociais, P&D, treinamento, capacitação.
 

Apesar de mais de duas horas de debate, o tempo acabou sendo curto para tantas análises e questionamentos. Era para ter perguntado a ele qual a opinião que tinha sobre o futuro do bloco ceramico na construção civil, pois acho paradoxal que o PMCMV viabilize-se exclusivamente a partir da utilização de sistemas industriais, ao menos no que diz respeito às empresas que atuam dentro da lei, enquanto nossos prédios continuam utilizando preponderantemente o tijolo tradicional, e geralmente o de mais baixa qualidade.
 

Cada país tem sua especificidade e acho que no caso brasileiro só daremos uma passo efetivo para a frente quando entendermos melhor o papel na sociedade cumprido pelo bloco cerâmico de oito furos fora de norma, sério. 

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