Docastelo e a vinda dos Mohawks para o Brasil

Docastelo e a vinda dos Mohawks para o Brasil
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Dionyzio Klavdianos
Presidente do Sinduscon-DF

Em 15 de julho de 2012, ilustrei o post "Os índios Mohawks e o verdadeiro show da vida" com a impressionante história, contada por Paul Auster no livro Sunset Park, da contribuição da tribo Mohawks para a viabilização dos arranha céus de Nova York, posto que lidavam muito bem com os riscos do trabalho nas alturas.

8 anos e meio após a publicação Docastelo lê o texto e interage com o seguinte comentário: “No Rio de Janeiro consta que alguns representantes dessa tribo foram contratados como mestres de obras para trabalhar na construção do edifício Avenida Central, localizado no número 156 da Av. Rio Branco, centro do Rio. Essa construção ficou conhecida como a primeira em que foram empregados métodos de construção semelhantes às utilizadas nas grandes cidades dos EEUU, em especial nos arranha-céus de Nova York, com o uso de vigas e placas pré moldadas de concreto. Esse prédio também foi inovador na utilização de sistema de combate a incêndios por meio de sprinklers e equipe própria de bombeiros civis. Isso tudo além dos modernos elevadores automáticos Supertrafic por comando de voz, e outras modernidades para a época. Foi o primeiro edifício a ter CEP próprio, com circulação de pessoas em número equivalente a pequenas cidades.”

Pensei logo num bom filme, americano, daqueles “baseado em fatos reais” que contasse a história da saga de Nova York para o Rio de Janeiro. Como vieram? Quantos? Como foi a aclimatação por aqui? Ficaram de vez ou voltaram? Enfim…tanta coisa interessante para saber…

Pode soar estranho a “importação” de mão de obra dos EEUU, mas o Brasil, a exemplo dos americanos, passou por um forte surto de arranha céus na primeira metade do século passado, só que, ao contrário do que acontecia por lá, nossa motivação não foi a estrutura metálica, mas o advento do concreto e a disseminação do processo construtivo do qual passou a ser protagonista juntamente com o aço, aliviando carga das costas da alvenaria e liberando os arquitetos brasileiros para pensarem grande e mais alto.

Há coisa de 6 anos, o Estadão lançou um suplemento semanal com prédios emblemáticos da cidade de São Paulo, apontando as peculiaridades construtivas de cada um. Sempre quis organizar visitas técnicas por estas edificações quando reuníamos a COMAT lá. Agora, que reunião presencial virou história, só me resta a inscrição num dos passeios guiados, organizados por ONGs e arquitetos da cidade.

Será que os Mohawks chegaram a São Paulo? Em estando no Rio de Janeiro colaboraram com a construção do edifício A Noite? Marco da engenharia brasileira, detentor do título de maior arranha céu em concreto armado do mundo até ser superado pelo Martinelli e, por breve período de tempo, com seus 102 metros de altura, o segundo prédio mais alto do mundo, perdendo justo para outro americano, construído em estrutura metálica.

Docastelo vai saber de algo, lendo nos conta, só torcer para que não leve tanto tempo…

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