Esperando a chuva

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Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)

No Estadão de hoje, 27/10, a informação de que o nível de emprego na Construção Civil em 2014 caiu em 1,22% em relação ao mesmo período do ano passado. Motivo: queda na atividade do setor imobiliário. No caso da região Centro-Oeste a situação é um tanto pior pois foi a única que apresentou variação negativa no indicador no mês de setembro em relação a agosto deste ano.
 

Enquanto o mercado permanecer em ritmo mais lento seria bom que o empresário procurasse pensar em possibilidades de reciclagem e capacitação para ele próprio, funcionários e fornecedores. Sei que é um tanto paradoxal o convite, mas é fato que muitos de nós evitam dispensar aqueles prestadores de serviço nos quais investimos bastante e, na semana passada, o Sinduscon-DF ofereceu três boas opções para escolha.
 

A primeira é participação da empresa na Cooperativa de Compras, possibilidade que garante, via de regra, à pequena e média empresa as mesmas condições comerciais oferecidas às grandes empresas a partir do momento em que o grupo de cooperados se junta para executar a compra coletiva. No caso de Brasília, construtoras têm conseguido adquirir insumos básicos, como aço, cimento, concreto e areia a preços que não seriam possíveis se cada uma delas negociasse separadamente.
 

A segunda opção tem a ver com o futuro de curto prazo. Trata-se da capacitação da equipe técnica no Building Information Modeling (BIM), o qual, muitos de nós pensávamos se tratar uma mera evolução da plataforma de desenho eletrônico em 3D. Na verdade “é uma solução para obtenção de informações”, segundo as palavras de um dos palestrantes do seminário, em virtude de poder ser utilizada desde a execução e compatibilização dos projetos, até a elaboração do as built da obra, só que com o grau de informações bastante superior, podendo ser utilizado como orçamento, planejamento, planilha financeira, fonte de dados para novos projetos. O trabalho com BIM ainda é recente no país e pode servir tanto para melhorar a qualidade da obra pela construtora, quanto para elevação da produtividade da equipe administrativa e operacional. A Câmara Brasileira da Construção (CBIC), através de seus sindicatos afiliados, tem interesse de que o BIM possa ser democratizado entre pequenos construtores também, para que estas não fiquem aleijadas deste importante avanço tecnológico, processo ainda caro e complexo de ser implementado solitariamente.
 

Por fim a última opção de investimento se refere ao “encadeamento produtivo”, parceria entre Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Micro Empresa (Sebrae) em parceria com a Odebrecht , nos moldes de outras similares já efetivadas pelo Sebrae com grandes empresas em outros estados, e especificamente em Brasília com a Gerdau, e que visa a capacitação de ao menos 30 empreiteiros subordinados à construtora e que também atendem a outros clientes em Brasília. Em linhas gerais o projeto tem como intuito de profissionalizar a gestão da pequena empresa, que em muitos casos domina a parte técnica do serviço, mas é completamente descontrolada no que se refere ao setor administrativo, situação que se reflete em baixa qualidade na prestação de serviços.
 

Capacitado ou não, será duro para o empresário do setor enfrentar as dificuldades que parecem vir, mas é melhor capacitado.

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