Na exposição que homenageia o artista Harun Farocki, em cartaz no Instituto Moreira Sales na cidade de São Paulo, a instalação termos de comparação apresenta por meio de justaposição de cenas a produção de tijolos e o processo de construção de alvenaria em Burkina Fasso, India, França e Alemanha.
O relevante, ou que salta os olhos, bem poderia ser o fosso tecnológico entre as formas distintas de execução do mesmo processo. Seria óbvio demais se apenas assim fosse, mas a obra de arte pretende demonstrar como as tecnologias e as formas de produção fundamentam os modos de interação entre os homens e a organização social.
Enquanto na Alemanha operários parrudos já contam com a ajuda de robôs e em praticamente momento algum do processo tocam a mão no tijolo até o término do assentamento da alvenaria, em Burkina Fasso grupo de mulheres e crianças franzinos apiloam com pedaços de madeira a base do contrapiso do que virá a se tornar o centro comunitário do vilarejo ao ritmo da marcação do tambor tocado pelo único homem presente.
Arte manda mensagens que nada têm de explícitas. Alvenaria com tijolos de barro provavelmente é o processo construtivo mais antigo da humanidade. Tudo isto somado dá o que pensar 🤔.
E no Brasil onde a produtividade é uma aflição e tanta gente com baixa especialização e sem formação técnica precisa trabalhar?!🤦🏼♂️
