Olhai por nós

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Dionyzio A. M. Klavdianos
Vice-presidente do Sinduscon-DF
Diretoria de Materiais, Tecnologia e Produtividade (Dimat)

 

Na quarta-feira, 3 de setembro, choveu demais em Brasília e, chuva fora de época como foi, causou transtornos lá em casa. A galinha Garnizé perdeu dois pintos e ainda bem que falou mais alto o instinto da gata que não brincou dentro da rede de águas pluviais, como costuma fazer rotineiramente.

 

No caso dos bichos lá de casa, teve quem zelasse por eles. Não fossem enxugados com toalha, por exemplo, a "tragédia no galinheiro” teria sido ainda maior. Mas em se tratando da população, quem zela?

 

No sábado, 6 de setembro, passando pela estrada Epia na região de postos e motéis, por volta das 22h, noto que todo o trecho permanece com a iluminação desligada e não é de hoje, em virtude, imagino, da construção do novo trecho do Veículo Leve sobre Pneus (BRT).

 

Naquele breu, um grupo de passageiros aguarda o ônibus, aglomerados como os pintos lá de casa na hora da chuva, debaixo de um arremedo de barraca, provavelmente utilizado durante o dia por algum quiosqueiro que costuma prestar serviços ao cidadão em situações extremas, pois a parada original já foi demolida em virtude da nova obra.

 

Prazo para acabar? Impossível saber, pois não caminha tão rápido como o que é mostrado na TV. Todavia, se durar o mesmo tempo que durou o trecho similar construído e não finalizado, ali perto, não será menos de dois anos. Dois anos amontoados que nem pinto, mas sem galinha para que lhes cuide, a mercê da insegurança, poeira e sol forte no inverno, chuva no verão, ilhados no que sobrou de piso entre duas vias federais, percorridas por veículos em alta velocidade.

 

Qual a razão da falta de sincronia entre concessionária e construtora? Por que tanta desorganização? Qual a dificuldade em se encontrar uma solução provisória digna para quem mora ou trabalha no local? Por que não montar uma estrutura com barraca provisória e gerador próprio para manter o local iluminado enquanto lá se constroi? Ou melhor, por que não utilizar a engenharia em favor do ser humano e concluir o maldito trecho antes do período das chuvas?

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