Taxa Selic tem nova redução e registra menor patamar desde 1999

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Agência CBIC

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil reduziu ontem (5/2) a taxa de juros Selic – taxa básica de juros da economia brasileira – em 0,25 ponto percentual, passando de 4,5% para 4,25%. É o menor patamar desde 1999, quando o País adotou o regime de metas para inflação e o décimo sétimo corte desde quando a taxa atingiu o pico de 14,25% ao ano (entre julho de 2015 e outubro de 2016). “Sem dúvida, essa é uma situação inédita de juro estruturalmente reduzido no País”, destaca a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.

 

Diante da estimativa de crescimento da economia nacional para 2020, atualmente em 2,3%, Ieda Vasconcelos aponta que dois indicadores chamam especial atenção: a inflação sob controle e o baixo patamar da taxa Selic.

 

“Como a expectativa para a inflação nos próximos 12 meses está em 3,4%, os juros reais estão inferiores a 1%. Isso significa, então, que uma aplicação financeira com rendimento igual à taxa Selic, durante os próximos 12 meses, terá um juro real (descontando a inflação) menor do que 1%. Portanto, em um cenário de juros mais baixos, os investimentos estão com rentabilidade mais limitada. Aqueles que utilizam o CDI ou a Selic como referência têm retorno muito modesto”, diz.

 

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculada e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), deve encerrar o ano abaixo do centro da meta (4,0%).  De acordo com a pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central, o IPCA acumulará, em 2020, variação de 3,40%.

 

“Considerando o ambiente de inflação sob controle e juros baixos, o Brasil vivencia um dos melhores momentos para a compra de um imóvel, seja para a moradia (realização do sonho da casa própria), ou para o investimento. Também contribuem positivamente para isso a volta do emprego formal, a redução das taxas de juros dos financiamentos imobiliários e as novas modalidades de crédito com correção pela inflação. Além disso, considerando que o estoque de imóveis novos disponível para comercialização em todo o País está em baixa, a tendência pode ser o aumento de preços. Desta forma, o momento ideal para o investimento em imóvel é agora”, ressalta Vasconcelos.

 

A economista destaca que o baixo patamar da taxa Selic pode, ainda, incentivar uma transformação na construção.  “O setor aposta que outras fontes de recursos de longo prazo para o financiamento imobiliário tendem a surgir, incentivando mais o segmento.  Com isso, ganha duplamente o Brasil: pelo lado econômico têm-se a maior geração de emprego e renda e, pelo lado social, estimula-se a aquisição da casa própria, diz.

 

“Importante ressaltar, também, que num momento em que o mundo vive sob a expectativa dos efeitos da epidemia que afeta a segunda maior economia mundial, o Brasil precisa fazer frente ao desafio de acelerar o seu crescimento.  Assim, além de avançar com a agenda de reformas e de novas reduções da Selic, o País precisa utilizar setores estratégicos, como é o caso da construção civil”, completa.

 

Veja comentário da economista Ieda Vasconcelos no instagram:

 

O acompanhamento do tema tem interface com o projeto Banco de Dados da Construção, desenvolvido pela CBIC com a correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

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