Sinduscon-DF recebe candidatos a governador

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Texto: Nilson Carvalho
Fotos: Helio Montferre/Sistema Fibra
Assessoria de Comunicação do Sistema Fibra

Cinco postulantes ao cargo de governador do Distrito Federal estiveram nesta terça-feira, 18 de setembro, no Sindicato da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF) para apresentar suas propostas e responder a perguntas de temas de interesse do setor. Cada um teve 45 minutos, na seguinte ordem, definida por sorteio: Rogério Rosso (PSD), Alexandre Guerra (Novo), Rodrigo Rollemberg (PSB), Alberto Fraga (DEM) e Ibaneis Rocha (MDB).

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Seguindo o regulamento do encontro, foram convidados os cinco aspirantes ao Palácio do Buriti mais bem colocados na pesquisa de intenção de votos publicada em 6 de setembro pelo Datafolha, mas Eliana Pedrosa (Pros) informou que não poderia comparecer. O candidato do Novo, então, foi chamado a participar.
 
O Encontro com Candidatos ao Governo do Distrito Federal: Compromisso com a construção civil – Eleições 2018 teve apoio da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), que teve o direito de fazer uma pergunta – a mesma a todos os candidatos, assim como o Sinduscon-DF.
 
As outras nove entidades parceiras se revezaram na mesa e também fizeram questionamentos: Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco), a Associação de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-DF), o Clube de Engenharia de Brasília, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, o Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico (Codese-DF), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-DF), o Serviço Social da Indústria da Construção Civil (Seconci-DF), o Sindicato dos Engenheiros (Senge-DF) e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário de Brasília e Entorno (Sticombe).
 
O presidente do sindicato anfitrião, João Carlos Pimenta, abriu o evento falando da união entre as entidades da construção civil, buscando o desenvolvimento do setor e de Brasília. Destacou o trabalho na defesa de interesses do setor e explicou que a ideia do encontro foi abrir espaço para os concorrentes se manifestarem e, ao mesmo tempo, ouvirem as demandas da indústria da construção civil. “Queremos que os candidatos tragam hoje compromissos, e não só propostas.”
 
Jamal Jorge Bittar, presidente da Fibra, reforçou a importância do trabalho em cooperação entre o Sinduscon-DF e a Federação. Ele enumerou os eixos estratégicos do documento A indústria e o DF – proposta para uma agenda de crescimento 2019-2022, elaborado com a participação dos sindicatos que compõem a Federação e entregue aos candidatos. “É importante que os candidatos conheçam as demandas da indústria em uma cidade que tem a crueldade de ser 94% dependente do setor público”, afirmou. “Não podemos ser reféns do setor público. Precisamos mudar nossa lógica para termos investimento porque queremos uma Brasília desenvolvimentista.”
 
Aos postulantes a governador, o presidente da Fibra perguntou qual a proposta para diversificar a economia do Distrito Federal, ampliando a participação da indústria e dos demais setores. Veja abaixo o que disse cada um:
 
Fez um breve histórico da evolução econômica e social do DF e falou da crise atual. “Temos muita dificuldade na captação de recursos para a cidade e isso derrubou o nível de emprego, que, na indústria, especialmente na construção civil, caiu muito. Temos nossa vocação original no serviço público, mas quando o setor produtivo entra em crise, todo o sistema sente.”
 
Rosso defendeu a descentralização do governo e o aumento da autonomia das regiões administrativas. Também falou de desburocratização e detalhou sua proposta de inversão do ônus da prova no licenciamento de atividades empresariais.
 
Sobre o questionamento da indústria, citou a limitação territorial e abordou a vocação para a indústria tecnológica. “A diversificação da nossa economia está na indústria limpa, tecnológica, com mão de obra de alta qualificação e que pode aproveitar a proximidade física para atender o setor público, que é um grande cliente de tecnologia de informação.” Disse ainda que a estação aduaneira, no Polo JK, em Santa Maria, poderia ser um ponto de oportunidades, mas “não funciona”.
 
Alertou para o alto gasto com custeio da administração pública, que deixa poucos recursos para o investimento e mantém o papel de “pagador de contas” dos contribuintes. Tratou da dependência da economia de Brasília do funcionalismo: “55% dos salários estão concentrados no serviço público e, por exemplo, o setor imobiliário que tem grande parte dos compradores servidores públicos, pode entrar em colapso pela falta de diversidade de clientes”.
 
Sobre o questionamento do presidente da Fibra, afirmou que são as indústrias que fazem a cidade competitiva. “A indústria leve, pouco poluente, deve ser incentivada, podendo exportar software e atender os governos local e federal.” Citou também as indústrias da moda e a de audiovisual, com a reativação do Polo de Cinema. “Temos na verdade que olhar nossa pauta de exportações e identificar como podemos gerar riqueza, aumentando nossa competitividade e nossa capacidade de vender aos estados e ao exterior.”
 
O candidato à reeleição citou medidas fiscais que tomou quando assumiu o governo do DF, em 2015. “O ajuste de contas feito permitiu que os pagamentos de servidores e de contratos passassem a ser feitos em dia, permitindo que o DF recuperasse com o tempo a capacidade de investimento.” Dividiu as prioridades em quatro, destacando a execução de um conjunto de grandes obras, a desburocratização para facilitar o investimento, a garantia da saúde financeira do Estado e a realização de parcerias público-privadas.
 
Respondeu à pergunta da indústria afirmando que Brasília tem muitas vocações, mas destacou a de polo logístico. Afirmou também ter grande expectativa em relação ao Biotic. “É um local de transformação de conhecimento em riqueza, que vai gerar empregos qualificados e oportunidades para a população.” Também citou o turismo e a cultura (economia criativa) como alternativas para o desenvolvimento econômico. Destacou a força da construção civil na geração de empregos de diversos tipos de qualificação em uma cadeia econômica que envolve outros setores.
 
Afirmou que empresas encerraram as atividades ou deixaram o DF por falta de condições de se sustentarem. Apresentou intenções de projetos e de obras viárias, que melhorariam o fluxo do transporte e injetariam recursos na economia local. Fez uma relação entre a importância da geração de empregos por parte do setor produtivo para a queda dos índices de violência da cidade.
 
Quando questionado pelo presidente da Fibra, disse que “o governo vai deixar os empresários trabalharem. Hoje um alvará demora dois anos para ser tirado e isso atrapalha os negócios”. Afirmou que pretende reduzir alíquotas de impostos e revitalizar o Pró-DF, com nova roupagem. “Vou entrar na briga da redução do ICMS e tentar trazer de volta as empresas que perdemos. Com o fim da unanimidade do Confaz [Conselho Nacional de Política Fazendária], não precisamos mais ficar reféns do conselho, permitindo que o governador incentive o empresariado e mantenha aquecida a economia.”
 
Criticou a falta de segurança jurídica, afirmando que tem sido essa instabilidade legal a causa para obras sem planejamento. “A insegurança jurídica está afastando os empresários e os investimentos da cidade e por isso temos o maior desemprego da história da construção civil no DF.” O candidato disse que quer restringir a Central de Aprovação de Projetos a trabalhos maiores, levando as obras de pequeno porte para as administrações regionais.
 
Sobre o questionamento da Fibra, disse que Brasília precisa de um marco regulatório relacionado à região metropolitana do DF, que não existe de fato. “Temos que criar uma nova matriz de produção para o DF. Podemos nos tornar celeiro de distribuição e logística para o Norte e o Nordeste, nosso aeroporto é hub para todo o País.” Deu como exemplo o Polo JK, que segundo Rocha é um local sem infraestrutura para receber as empresas e seus funcionários. “Temos que ter respeito pelo nosso empresário e pelo nosso trabalhador.”
 
 

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