Setor produtivo terá representação no Comitê Estratégico do BIM

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Assessoria de Comunicação da Cbic

Considerado uma revolução no mercado global da cadeia de produção da indústria de Arquitetura, Engenharia e Construção, o BIM (Building Information Modeling) ganha um caráter institucional no Brasil e se impõe como um caminho para garantir eficiência do gasto e transparência nos contratos de licitação pública.

“Esse é um passo muito importante na direção do que já observamos em países desenvolvidos onde o BIM é uma realidade que moderniza a construção civil e melhora a execução de obras públicas”, avalia José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). “É uma plataforma que deve entrar no pacote de reformas do governo. No médio e curto prazo, podemos começar a ter resultados, principalmente no aspecto de transparência”, acrescenta.

Esta semana o governo federal, por meio do Decreto de 5 de junho de 2017, criou o Comitê Estratégico de Implementação do BIM (CE-BIM), com a finalidade de propor, no âmbito federal, a estratégia nacional de disseminação do BIM. A expectativa do setor da construção civil de poder contribuir na tomada de decisão do comitê recebeu acolhida do governo federal.

“A participação do setor produtivo é fundamental para a construção de uma estratégia nacional eficaz. A Cbic certamente será convidada para participar dos Grupos ad hoc, afirmou o secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial do MDIC, Igor Calvet Nogueira.

O setor da construção tem também defendido fortemente que a estratégia nacional estabeleça critérios para a utilização e provável exigência da modelagem BIM nos contratos de licitação pública de forma a preservar a transparência e evitar a corrupção. “Esta é uma questão crucial a ser discutida pelo CE-BIM, mas a forma e o tempo em que isso poderá acontecer só serão definidos depois que o grupo se reunir e as decisões forem tomadas”, acrescentou, Calvet.

Para o consultor BIM da Cbic, Rogério Suzuki, “a criação de um comitê permanente de discussão serve para sinalizar ao mercado que, efetivamente, a exigência da utilização de BIM no projeto, construção e operação, a exemplo de outros mercados, se tornará uma realidade em breve. O uso correto do BIM aumenta a eficiência, reduz riscos e contribui com o aumento da transparência – o que vai ao encontro com as premissas e objetivos dos governos”, avalia o consultor.

Ao incentivar o desenvolvimento e aplicação de tecnologias de modelagem de informação de edificações é possível controlar, por exemplo, os custos de insumos e produtos utilizados nas obras, ao mesmo tempo diminuir os aditivos contratuais em obras públicas e reduzir desperdícios.

Para o presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da Cbic, Dionyzio Klavdianos, a efetivação do acordo interministerial mostra que o governo federal está compromissado com o prosseguimento do processo de implantação do BIM, mesmo na situação atual adversa do país.

“A exigência do BIM é um grande passo no que  tange  à melhoria da transparência nas concorrências, pois tanto os projetos serão executados com maior qualidade e rapidez quanto a eficiência da rastreabilidade do ilícito será maior e obrigará as empresas melhorarem a qualidade dos processos internos de elaboração de projetos, orçamento, planejamento e construção”, afirmou o presidente da Comat, Dionyzio Klavdianos, durante viagem técnica a Boston e Nova Iorque para participar da 21ª edição do Prêmio Cbic de Inovação e Sustentabilidade.

“Pudemos observar na visita que, além de efetivamente utilizado por todos os escritórios de projetos visitados, tanto o contratante quanto os fornecedores também o utilizam, de tal forma que, ao contrário do que acontece no Brasil, a "corrente BIM" relativa ao empreendimento não é interrompida", acrescentou o presidente da Comat, Dionyzio Klavdianos.

O Comitê Estratégico BIM será composto por um membro titular e um suplente indicados, no prazo de quinze dias, pelo titular dos seguintes órgãos: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, que ocupará a presidência do colegiado; Casa Civil da Presidência da República; Ministério da Defesa; Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Ministério das Cidades e Secretaria- Geral da Presidência da República. As reuniões do comitê serão em caráter ordinário, a cada trimestre, e da forma extraordinária somente por convocação do presidente.

Prioridades do Comitê Estratégico

São atribuições do comitê, além de propor, em âmbito federal, a estratégia nacional de disseminação do BIM, também as diretrizes e as prioridades de atuação, análise e aprovação do Plano de Ações para disseminação da metodologia BIM e a elaboração do regimento interno de organização e funcionamento.

O Decreto, que institui o Comitê Estratégico BIM, prevê ainda que o presidente do CE-BIM poderá convidar especialistas, pesquisadores e técnicos de entidades públicas ou privadas para compor grupos ad hoc que venham a ser criados para apoiar a execução de trabalhos e subsidiar decisões do comitê.

Haverá a possiblidade de formação de um grupo de apoio técnico constituído por servidores e militares indicados pelos ministérios setoriais para prestar apoio técnico e administrativo e assessoramento. As atividades desses profissionais serão consideradas prestação de serviço público relevante, sem custos ao Erário. Caberá à Secretaria de Desenvolvimento e Competitividade Industrial (SDCI) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços o apoio administrativo dos trabalhos e iniciativas do Comitê Estratégico BIM.

O líder do projeto de Disseminação do BIM da Cbic e empresário do setor, Paulo Sanchez, disse receber com “muita alegria” a assinatura do decreto do comitê Estratégico de Implementação do BIM. “Estamos começando a ver que os passos dados no início do trabalho do nosso Grupo BIM da Comat está surtindo frutos concretos”.

A disseminação do BIM e a democratização do seu uso entre as empresas brasileiras é ação estratégica da Cbic. A criação do comitê governamental faz parte de iniciativa proposta pela entidade, na expectativa de agregar valor aos serviços prestados na contratação e execução de obras públicas e privadas.

Durante o primeiro semestre, a Cbic organizou o road show BIM que já atingiu 5 capitais brasileiras e mais de 1000 pessoas, e realiza o próximo evento no dia 13 de junho de 2017, na cidade de São Paulo. O projeto, segundo a Comat, conta com profissionais envolvidos na cadeia, como consultores, construtores, modeladores e desenvolvedores de BIM para “desmistificar” a complexidade da implantação e fornecer ajuda aos interessados a iniciar ou progredir na implantação do BIM.

Esse também foi um dos temas centrais da programação da Comissão durante o 89°Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), realizado em Brasília no final do mês de maio.

Uso ampliado do BIM –  Especialistas do segmento da Engenharia e Arquitetura avaliam que o BIM passará a ser condição compulsória para a empresa atuar na construção civil e se manter no mercado.  A prefeitura de São Paulo e do governo do Estado de Santa Catarina, por exemplo, exigem o uso do modelo. Para a Cbic, o BIM passou a ter posição relevante no ambiente da construção civil em função do trabalho que a entidade vem fazendo junto ao setor de disseminação e esclarecimento sobre as vantagens do BIM junto às associadas. 

A modelagem BIM vem substituindo o programa 2 D AutoCad, que marcou o fim dos projetos desenhados com uso da régua, compasso e prancheta. Com a migração do modelo 2D para o 3D, a CBIC deseja preparar as empresas associadas aos desafios futuro no mercado que a cada dia está buscando inovação tecnológica. “Se uma empresa não inovar fica atrasada em relação à concorrência e perde a sua capacidade de negócios ou diminui a sua relevância”, observou o presidente da Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC), Ricardo Platt, presente ao 89°Enic.

O BIM permite visualizar o projeto no formato 3D, ensaiar a obra no computador, realizar simulações, identificar possíveis problemas previamente, orçar, planejar controlar, dentre outras vantagens. Como parte do processo de adesão à tecnologia inovadora, a Cbic, no ano passado, tornou disponível à cadeia produtiva a “Coletânea Implementação do BIM para Construtoras e Incorporadoras", lançada no âmbito Comat/Cbic.

A publicação sobre o BIM é um roteiro didático e completo para adesão a forma de construir. Assinada por Wilton Catelani, o documento está dividida em cinco volumes – Fundamentos BIM, Implementação BIM, Colaboração e Integração BIM, Fluxos de Trabalho BIM e Formas de Contratação BIM-, a coletânea foi precedida da publicação 10 Motivos para evoluir com o BIM. Essas ações estão contidas no projeto de disseminação do BIM uma iniciativa da Cbic com a correalização do Senai Nacional.

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