Agência CBIC
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Empresários e dirigentes da construção civil reagiram à destinação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para socorrer as Santas Casas de Misericórdia. Segmento contemplado por recursos do orçamento do Ministério da Saúde, tais instituições acumulam déficit superior a R$ 20 bilhões, decorrentes de problemas de gestão, e serão beneficiadas por Medida Provisória que cria linha de crédito com recursos retirados do FGTS, com taxas de juros disponíveis hoje para compradores de imóveis e tomadores de recursos do setor público.
“Na nossa avaliação, essa medida vai restringir ainda mais o investimento e, consequentemente, na geração de empregos, agravando o quadro atual”, diz José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). No momento em que o setor patina pela falta de investimento e dificuldades no acesso ao crédito, dar outro uso a recursos hoje associados a habitação e desenvolvimento urbano reduz, ainda mais, as chances de recuperação da atividade na construção. Para Martins, qualquer socorro às Santas Casas deve ser vinculado à adoção de mecanismos para maior transparência e metas para a melhoria da gestão.