Agência Cbic
"Investir em segurança e saúde no trabalho não é custo, mas investimento", concluem expositores do Encontro Nacional de Segurança e Saúde na Indústria da Construção
O rol de ações estratégicas desenvolvidas pelo Sesi Nacional e pelos Serviços Sociais da Indústria da Construção (Seconcis) em prol dos trabalhadores e empregadores do setor da construção na área de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) foram destaques dos painéis da tarde do III Encontro Nacional de Segurança e Saúde na Indústria da Construção, realizado no último dia 10 de outubro, em Brasília. O evento foi realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), por meio da sua Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT), e contou com a correalização do Sesi Nacional. “Investir em segurança e saúde no trabalho é investimento, não é despesa e nem custo para as empresas”, enfatizou o gerente Executivo de Saúde e Segurança na Indústria do Sesi-DN, Emmanuel de Souza Lacerda, ao abordar o cenário de segurança e saúde do setor no país, o que foi reforçado pelos demais participantes. “O setor da construção, nos segmentos de serviços especializados, construção de edifícios e construção pesada, está contribuindo com quase R$ 2 bilhões para o Seguro Acidente do Trabalho (SAT), o que tira a competitividade das empresas”, alertou, acrescentando que “esses recursos poderiam estar servindo como investimento para tecnologia, novos produtos, processos e lançamentos”.
“A gente consegue reverter os números se trabalharmos juntos, empregadores, trabalhadores e o governo”, destacou o auditor fiscal da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério do Trabalho, José Almeida Martins de Jesus Junior. “Segurança e saúde é cultura e só com o debate é que vamos conseguir reverter esses números. Vamos rodar o Brasil para divulgar essa ideia”, destacou o presidente da CPRT/Cbic, Fernando Guedes, lembrando que SST é um dos focos da comissão, que tem como objetivo garantir que as empresas de construção tenham as melhores condições para implementar programas de saúde e segurança do trabalho nos seus canteiros e nas suas empresas, para garantir o bem estar do seu trabalhador. “O trabalhador é o nosso maior patrimônio e é a ele que temos que dar as melhores condições, para isso contamos com a parceria do Sesi”, mencionou.
Para auxiliar o setor e evitar custos, Emmanuel Lacerda destacou a parceria desenvolvida para o “Construindo Segurança e Saúde”, plataforma online que permite ao empresário cadastrado calcular de forma fácil e gratuita o valor do Fator Acidentário de Prevenção (FAP). Deu ciência também da cartilha orientativa sobre o eSocial, que disseca o entendimento sobre as exigências colocadas, com pontos de ação que as empresas têm que ter para atender as novas exigências, como gestão do exame periódico e mudança de função do trabalhador. Informou ainda que o Sesi está desenvolvendo um sistema de gestão de SST para suportar o eSocial das empresas e um sistema de informação com processos gerenciados para apoiar as empresas na gestão dos afastamentos dos trabalhadores. Citou ainda o BIG Data, que visa ter programas com dados e informações sobre os trabalhadores do setor da construção, e os oito Centros Sesi de Inovação de SST, que desenvolvem soluções e pesquisas em temas como Higiene Ocupacional, Ergonomia, Gestão de Fatores Psicossociais, Gestão do Absenteísmo e Retorno ao Trabalho, Longevidade e Produtividade, Tecnologias para Segurança e Saúde, Métricas para Saúde e Inteligência e Gestão em SST.
As ações desenvolvidas pelo Seconci, que visam promover ao trabalhador do setor da construção saúde, ambiente de trabalho, dignidade e cidadania, também foram apresentadas pelo presidente do Seconci Brasil, Antonio Carlos Salgueiro de Araújo. Segundo ele, em 2016, o Seconci realizou mais de 570 mil consultas médicas e 430 odontológicas, muitas dentro do próprio canteiro de obras, e mais cerca de 1,3 milhão de exames complementares, além de cursos de alfabetização e qualificação, programas de assistência social, projetos sociais de cidadania nos canteiros (inclusão digital) e ótica subsidiada, a preço de custo para os trabalhadores, campanha de vacinação e trabalho na área de Saúde segurança e saúde no trabalho para ajudar as empresas do setor da construção. Fundado em 1964, na cidade de São Paulo, atualmente existem Seconcis em 28 cidades do país.
Já o líder do projeto de Segurança e Saúde no Trabalho da CPRT/Cbic, Haruo Ishikawa, ressaltou o acervo técnico desenvolvido pela Cbic sobre o tema, mencionando a importância dos empresários e técnicos do setor acessarem o material. Dentre eles, destacou a publicação Edificar o Trabalho – A lei de modernização trabalhista e as relações de trabalho na indústria da construção. “Com ela, não dá para dizer que não conhece a lei”, ressaltou. Citou ainda o Guia Prático para Cálculo de Linha de Vida e Restrição para a Indústria da Construção, desenvolvido pelo Sesi-DN em parceria com a Cbic, no âmbito do PNSST-IC. “Com esse manual, qualquer engenheiro consegue calcular a linha de vida, que é obrigatório na fiscalização”, avisou, reforçando que ele é uma contribuição relevante para a saúde e a segurança do trabalho.
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