Novas demandas da construção transformam dia a dia do engenheiro civil

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Agência CBIC

 

Profissionais agregam cada vez mais tecnologias e inovações em sua rotina de trabalho. Com foco na redução de custos, menor tempo de execução e sustentabilidade, quem quiser se manter no mercado tem que se atualizar

 

Mais investimentos em tecnologias e novos processos construtivos com foco na redução de custos, menor tempo de execução e sustentabilidade. Essas novas demandas de mercado da indústria da construção estão transformando o dia a dia desta tradicional profissão, a engenharia civil. Se antes era preciso uma prancheta enorme com vários projetos impressos em gigantescas folhas de papel vegetal, lápis, trena, calculadora científica e escalímetro para se ter controle de uma obra, tudo isso hoje pode ser armazenado num tablet e com cálculos disponíveis num simples toque. Felizmente, não se fazem canteiros de obras como antigamente.

 

Para se adaptar às novas exigências de mercado, a indústria da construção se reinventou e, consequentemente, a engenharia civil também. Com 14 anos de experiência, o engenheiro civil da Dinâmica Engenharia, Marco Antônio de Carvalho, acredita, sem sombra de dúvidas, que as inovações tecnológicas na construção civil, proporcionam mais agilidade, redução significativa de custos e isso sem comprometer a qualidade construtiva dos empreendimentos, que segundo ele, estão ainda mais sofisticados e seguros.

 

Ele aponta, inclusive, que o recente período de desaceleração da economia também contribuiu para que a engenharia se reinventasse e buscasse mais inovações. “As empresas deste setor, se quiserem sobreviver à concorrência e as variações do mercado da construção, precisam deixar para trás processos artesanais, e modernizar sempre com tecnologias que facilitam o trabalho e melhoram a qualidade”, frisa.

 

Atualmente, o curso de engenharia civil está entre os mais concorridos do Brasil e, de acordo com dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), há cerca de 310 mil profissionais cadastrados no País, sendo que 40 mil novos se formam a cada ano. A profissão também está entre as mais bem pagas. Segundo informações do site de classificados de empregos Catho, a média salarial do engenheiro civil varia de R$ 5 mil a R$ 11 mil, dependendo do tempo de experiência.

 

Tecnologias de gestão

 

Para Marco Antônio, que é formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), as tecnologias de gestão de obra estão entre as principais inovações que chegaram aos canteiros. “Os softwares e os equipamentos eletrônicos passaram a fazer parte da nossa rotina, não só dos engenheiros, mas mesmo em outras funções dentro da obra. O que chama atenção para um contínuo aprendizado. Se você não quiser ficar fora do mercado de trabalho, tem que se atualizar sempre e com a engenharia não é diferente”, argumenta.

 

O engenheiro lembra de procedimentos que antes demandavam muito tempo, muitas pessoas e muito dinheiro para ser realizado. “Antes, por exemplo, na entrega de uma obra, quando chegava a hora da vistoria, muitas vezes tínhamos que andar com os projetos hidráulico e elétrico debaixo do braço para mostrarmos ao cliente quando necessário, e junto tinha que vir um operário para mostrar os ajustes que deveriam ser feitos. E ainda tinha uma enorme checklist. Hoje com um tablet você resolve tudo isso, de forma mais rápida e eficaz, sem usar papel algum de um jeito bem mais sustentável”, afirma.

 

Marco Antônio diz que as inovações, embora tenham facilitado em muito o dia a dia da engenharia dentro da obra, trouxe uma maior responsabilidade para o engenheiro civil, que hoje não é somente responsável pelos cálculos estruturais, mas o principal gestor de um canteiros de obras, respondendo também por questões como qualidade e quantidade de insumos, avaliação de testes, controle de custos, treinamentos e muito mais. “Antes o engenheiro já tinha um quê de gestor, mas hoje isso é ainda mais exigido do profissional. Além de coordenar uma equipe enorme, você tem contato direto com os clientes e precisa prestar um bom atendimento, entender suas demandas. Frente a essa constante necessidade de otimizar gastos, temos que ser também bons gerentes financeiros muitas vezes”, destaca.

 

Ele lembra que os recursos tecnológicos usados nos canteiros nos dias de hoje apresentaram as tradicionais planilhas preenchidas manualmente nos canteiros de obras. Hoje, elas foram substituídas por instrumentos e softwares que permitem a integração simultânea da equipe, além de coletar, organizar e visualizar diferentes tipos de informações de maneira mais dinâmica. “Além de beneficiar o meio ambiente usando menos papel, isso permite uma tomada de decisão mais rápida, já que não precisa esperar o colaborador chegar com as informações coletadas”, explica Marco Antônio.

 

Tendências

 

O engenheiro da Dinâmica explica também que os processos construtivos e a lojista dentro de um canteiro de obras tem se modernizado também, refletindo numa redução de custos e agilidade no cronograma de construção. “Nas obras da Dinâmica Engenharia, por exemplo, decidimos mudar o cronograma dos blocos de serviços, de modo que a construção do bloco de alvenaria não interfira no de reboco”, exemplifica Marco Antônio. “Tradicionalmente, as empresas executam diversos serviços ao mesmo tempo. Ao separar o trabalho em bloco, exige-se mais investimentos em equipamentos e tecnologias para levar o material ao local de aplicação, mas mesmo assim temos uma boa redução de custos”, explica.

 

Marco Antônio diz que com os prédios estão ficando cada vez mais altos, há também uma demanda por máquinas que auxiliem no transporte e aplicação desses materiais. Um exemplo citado pelo engenheiro civil é o preparo da argamassa, que chega pronta para o uso e é bombeada para uso direto no pavimento. “Esses instrumentos contribuem para facilitar o acesso ao local de aplicação. Hoje, quase não se faz argamassa na betoneira dentro do canteiro de obra, sem falar quase não há espaço para depósitos de materiais, como a areia, no espaço da construção”, afirma o engenheiro civil.

 

De acordo com Marco Antônio, esse tipo de tecnologia ajuda, por exemplo, na hora de fazer o reboco das construções. “Antigamente, sem esses sistema bombeamento, demorava-se cerca de sete meses para realizar todo esse processo. Agora, isso pode ser feito em três ou quatro meses, ou até menos, dependendo da obra. Sem falar que tem-se hoje um resultado muito mais rápido e de muito mais precisão”, conta.

 

 

Com informações do Comunicação Sem Fronteiras

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