Assessoria de Comunicação da Cbic
Prêmio Cbic de inovação e sustentabilidade reconhece pesquisadores e empreendedores que buscam a modernização e o desenvolvimento da construção no país
A Indústria da Construção reconheceu e premiou na noite do último dia 14 de dezembro, com o Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade, cinco soluções inovadoras de excelência que têm contribuído para a modernização da construção civil brasileira. Os vencedores farão uma viagem aos Estados Unidos para conhecer as mais modernas técnicas em Building Information Modeling (BIM) e impressão 3D na construção. Em sua 21ª edição, a iniciativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) mais uma vez incentivou grandes ideias associadas a materiais, sistemas construtivos e pesquisa, com um potencial de melhorar a produtividade do processo de construção.
Além das categorias já consagradas de Pesquisa Acadêmica, Materiais e Componentes e Sistemas Construtivos, neste ano também concorreram projetos nas áreas de Gestão da Produção de P&D e Tecnologia da Informação para a Construção (TICs), reforçando a importância do tema inovação para o setor, no que se refere à sua modernização. “A construção civil brasileira, a despeito de muitos desafios do dia a dia não deixa de enxergar o futuro do Brasil. É dessa energia, criatividade e compromisso que precisamos para arrancar o País desse case de incertezas e recolocá-lo no caminho do desenvolvimento econômico social”, destacou o presidente da CBIC, José Carlos Martins, durante o evento comemorativo de entrega do prêmio aos vencedores de 2016.
De iniciativa da Comissão de Materiais, Tecnologia,Qualidade e Produtividade (Comat) da Cbic, a 21ª edição do prêmio contou com um grupo qualificado de jurados, que engrandeceu e conferiu isenção e profissionalismo à iniciativa. Foram avaliados o potencial de industrialização de cada um dos projetos, a originalidade, sustentabilidade, funcionalidade, impacto social e viabilidade da inovação. O evento, realizado pela Cbic, com a correalização do Senai Nacional, e parceria do Sistema Confea, Crea e Mútua, no Clube de Engenharia, em Brasília, contou com a presença de representantes dos Poderes Executivo e Legislativo, da Academia, do setor da construção e da imprensa.
Dentre eles, o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB/PE); a secretária Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Maria Henriqueta Arantes, e os deputados federais Duarte Nogueira (PSDB/SP), Jorge Corte Real (PTB/PE), Evandro Roman (PSD/PR), Alfredo Kaefer (PSL/PR), Carlos Marun (PMDB/MS), Edinho Bez (PMDB/SC) e João Carlos Bacelar (PR/BA).
Inovações de 2016
O vencedor da categoria Pesquisa Acadêmica foi o projeto “Argamassas de revestimento com resíduos para isolamento térmico”, da Labitecc, Universidade Federal de Goiás (GO). Os representantes da universidade, Helena Carasek Cascudo e Paulo Martins dos Passos, receberam o troféu do presidente do Confea, José Tadeu da Silva. A iniciativa vencedora propõe revestimentos de argamassa que alinham isolamento término à utilização de resíduos para aplicação em paredes de concreto pré-moldado de habitações de interesse social.
A partir de ensaios e análises realizados concluiu-se que que as argamassas com resíduos de EPS, lã de vidro, lã de rocha e verniculita apresentam grande potencial para utilização como revestimentos e isolante térmico contribuindo em vários aspectos para a sustentabilidade na construção civil. O projeto “Sistema regulável de proteção contra queda de colaboradores para trabalhos em altura na construção civil”, da Universidade Estadual de Maringá (PR), foi o vencedor da categoria Materiais e Componentes.
Ele propõe o desenvolvimento de um sistema de guarda-corpo rodapé para proteção contra queda em altura de trabalhadores a ser utilizado na fase de execução de estrutura de concreto armado em pavimentos que atendam de forma eficiente toda a etapa da produção da estrutura, desde o seu início. O sistema pode ser usado com qualquer tipo de escora metálica disponível no mercado, de qualquer altura. A produção do sistema tem um custo relativamente baixo em relação aos que se encontram no mercado. Foram agraciados com o prêmio os representantes da Universidade, Hugo Sefrian Peinado e Marcos Sefrian Peinado. A entrega foi feita pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da Cbic,Nilson Sarti.
A empresa TECVerde Engenharia, vencedora em 2014 na Categoria Sistemas Construtivos, com o projeto Sistema Construtivo TecVerde:industrialização e sustentabilidade na construção civil, repetiu o feito e nesta edição ganhou o primeiro lugar com o projeto “Desenvolvimento de sistema construtivo Light Wood Frame destinado à construção de edificações multifamiliares de até quatro pavimentos”.
A concepção do sistema construtivo light wood frame foi repensada para edificações multifamiliares e exigiu o desenvolvimento de novas soluções na tecnologia em requisitos como impermeabilização e segurança contra incêndio. Quanto aos resultados, sendo altamente industrializado, apresentou um aumento significativo de produtividade e redução de 80% dos resíduos gerados em relação à construção convencional. Para o cliente final, apresenta ainda melhoria em conforto térmico acústico.
O prêmio à categoria foi entregue pela secretária Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Maria Henriqueta Arantes, a José Márcio Fernandes, Carla Rabelo Monich Soldera e Cassiane Celli, representantes da TECVerde Engenharia. Segundo o sócio diretor da empresa, José Márcio Fernandes, desde 2009 a TECVerde vem construindo com essa tecnologia inovadora, transferida da Alemanha. “O projeto que ganhou o prêmio da Cbic é muito importante porque verticaliza essa tecnologia.
Em outros países, esse tipo de construção é muito comum em prédios de seis até oito pavimentos. E com algumas tecnologias parecidas em prédios de até 18 pavimentos”, destaca. “Pelo projeto, a empresa conseguirá atingir uma maior população e impactar de forma significativa o mercado da construção civil com uma tecnologia sustentável. Para o usuário final, a tecnologia vai permitir pelo mesmo preço de uma habitação convencional financiada pela Caixa Econômica Federal unidades com desempenho térmico e acústico melhor, com maior qualidade de acabamento, por ser industrializado, e um produto mais resistente a humidade e intempéries. Embora para o Brasil seja um produto inovador, em outros países ele já está sendo executado há mais de 100 anos, com bastante sucesso”, reforça.
Na recém criada categoria Gestão da Produção de P&D, o 1º lugar foi concedido ao projeto “Ecoágua”, do Grupo Toctao, que propõe o desenvolvimento de um equipamento para tratamento de efluentes líquidos em obras de edificações, possibilitando reuso nos canteiros. A proposta partiu da destinação adequada dos efluentes, especialmente dos serviços de pintura, produção de argamassa e aplicação de concreto, bem como do uso dos chuveiros dos vestiários pelos funcionários, resultando em economia no consumo de água e redução dos impactos ambientais gerados pelos descartes de efluentes não tratados.
O equipamento apresentou capacidade para tratar 1,2 milhão de litro de água anualmente por obra. Receberam o prêmio, do presidente da Empresa de Planejamento e Logística, José Carlos Medaglia, os representantes do Grupo Toctao – Bruno Alvarenga de Menezes, Cinthia Martins dos Santos, Ana Clara Schreiber e Adriana Antunes de Carvalho. Já na categoria Tecnologia da Informação para a Construção (TICs), o vencedor foi o projeto “Assistência Técnica na Palma da Mão”, da MRV Engenharia. Por meio da automatização e otimização das etapas do processo de manutenção, o projeto resultou em aumento da produtividade das equipes e melhoria na gestão e confiabilidade das informações.
A iniciativa reuniu uma equipe multidisciplinar para arquitetura e o desenvolvimento de uma plataforma tecnológica projetada para uso mobile, contemplando todas as etapas do processo de atendimento: solicitação de reparos pelo cliente, análise das regras de garantia, vistoria no imóvel, planejamento e controle dos serviços e encerramento com assinatura digital do chamado na plataforma. Permitiu ainda a economia de cerca de 20% dos custos de manutenção no primeiro ano e 34% no segundo. Foi importante no fornecimento de base de dados para retroalimentar o sistema de qualidade da empresa, promovendo um melhoria contínua no desempenho das obras.
Outro ganho significativo com a plataforma e a metodologia de gestão adotada foi a redução do tempo médio de atendimento ao cliente. Para Flávio Cambraia, gestor executivo da MRV Engenharia, que recebeu o prêmio do presidente da Cbic, José Carlos Martins, juntamente com Joyce Eguchi e Reinaldo Sima, por meio do projeto a empresa conseguiu otimizar a gestão da assistência técnica e a satisfação do cliente. “Conseguiu ainda otimizar processos, atendendo mais rapidamente o cliente, reduzir custos e ter ganhos de produtividade. Quando a gente pensa no cliente, pensa não só na questão das manutenções corretivas, mas também nas manutenções preventivas, para dar suporte”, mencionou Cambraia.
Durante o evento, os jurados também foram homenageados pelo presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da Cbic, Dionyzio Klavdianos. Foram eles: Alexandre Bertini, consultor do Sinduscon-CE e professor da Universidade Federal do Ceará; Dyanna Karla, especialista em desenvolvimento industrial do Senai Nacional; Eduardo Aroeira Almeida, vice-presidente da Ademi-DF; Euclesio Finatti, vice-presidente da Área Técnica do Sinduscon/Seconci do Paraná; Francisco Cardoso, professor da Politecnica da USP e chefe do Departamento de Engenharia da Construção Civil; Laura Marcelini, diretora técnica da Associação Brasileira da Indústria de Materiais da Construção (Abramat); Milton Anauate, consultor da Presidência da Caixa, e Salete Weber, coordenadora geral do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat do Ministério das Cidades.
Veja aqui a reportagem na íntegra.