Índice que direciona valor do aluguel tem 1ª queda anual em oito anos – Correio Braziliense

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Ana Russi*
Correio Braziliense

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) tem a primeira deflação anual em oito anos. Apesar da alta de 0,88% em dezembro ter sido maior do que a do mês anterior, de 0,52%, o resultado de 2017 ficou negativo em 0,52%, o menor desde 2009, quando houve recuo de 1,72%, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). O IGP-M deste ano foi o segundo mais baixo da série histórica, iniciada em 1989. No ano passado, o índice fechou positivo em 7,17%.

O IGP-M é utilizado como referência para a indexação de contratos de aluguel no setor imobiliário. Para o economista Luiz Roberto Cunha, do Departamento de Economia da PUC do Rio de Janeiro, apesar de o indicador ter ficado negativo e ajudar a conter os preços da locação, a oferta maior de imóveis possui um impacto maior nos valores pagos. "Sempre ajuda, é claro. Na minha opinião, entretanto, locatário que quem tem contrato de aluguel com o IGP-M como indexador deveria exigir um reajuste do inquilino, mas o peso do índice, embora muito importante, não é tão grande no setor", afirmou.

Agropecuária

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) corresponde a 60% da composição do IGP-M e passou de 0,43%, em novembro, para 1,20%, em dezembro. Os produtos agropecuários registraram uma deflação de 13,11% no ano. Em dezembro o resultado foi positivo em 0,69%, comparado a 0,23% em novembro.

Para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que responde por 30% do IGP-M, a variação foi de 0,31%, em dezembro, ante 0,23%, no mês anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que tem peso de 10% no cálculo do IGP-M, passou de 0,28%, no mês passado, para 0,27%, este mês.

No acumulado de 12 meses, os custos com alimentação tiveram retração de 0,62%. As matérias-primas brutas registraram deflação de 11,71%, no mesmo período. Para Cunha, a boa safra do ano ajudou o atacado e a segurar os preços dos produtos industriais, que tiveram uma alta de 1,47% ao longo de 2017.

Para 2018, o economista destacou que, apesar de os alimentos não terem grande perspectiva de alta, também não deve ocorrer deflação. "Em 2018, deve ocorrer um pouco mais de pressão nos alimentos. Além disso, mesmo com uma condição favorável para investimentos, as incertezas políticas em ano de eleição são muito grandes, mas não imagino que o IGP-M possa sofrer queda. Quanto mais incertezas, mais provável que tenha uma alta positiva", analisou.

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira

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