Agência CBIC
Palestrantes internacionais e brasileiros marcaram presença 2º Seminário Internacional BIM, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), que ocorreu nesta quinta-feira (30), em Brasília. Foram três painéis de debate, que abordaram o que há de mais moderno em Building Information Modeling (BIM). O evento reuniu público de mais de 260 pessoas no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Outras 260 pessoas assistiram à transmissão online pelo Youtube.
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, abriu as atividades e destacou a importância do assunto. “BIM é algo que não temos mais só que discutir. Temos que fazer acontecer”, pontuou. “O Brasil não vai ser nada se não investir 10% ou 15% em construção, e para isso precisaremos de muita tecnologia, com o BIM como carro chefe”, acrescentou.
O presidente da área de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC, Dionyzio Klavdianos, endossou a afirmativa. “Estamos esperançosos sobre o futuro. A riqueza e a variedade dos temas do seminário deixam claro a quantidade de projetos em BIM que estarão acontecendo no país”, disse.
Também participaram da abertura o coordenador-geral de Operações Rodoviárias do DNIT, Washington Luke, e a gerente da Unidade de Inovação e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), Vanessa Canhete, que elogiaram a iniciativa.
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Palestrantes internacionais e nacionais ressaltam benefícios do BIM
O grande destaque do seminário foi a participação do especialista-chefe em BIM da Finnish Transport Infraestructure Agency (FTIA) – em tradução livre, Agência Finlandesa de Infraestrutura do Transporte, Tarvo Savolainen. A instituição cuida do planejamento e construção de rodovias, ferrovias e hidrovias da Finlândia. No primeiro painel, ele explicou como o órgão aplica o BIM e os padrões desenvolvidos nessa área de infraestrutura. “Queremos aumentar a produtividade em 20% e é possível se todos utilizarem BIM e falarem na mesma língua. Estamos nesse caminho”, disse.
A seguir, ocorreu palestra do coordenador-geral de Meio Ambiente do DNIT, João Felipe Cunha. Ele tratou da estratégia de implementação de BIM dentro da instituição. “Foi uma decisão estratégica e formal como parte da transformação digital do órgão”, comentou. Ele apresentou os projetos piloto realizados pela entidade e as próximas metas, como treinamentos, testes, revisões e acordos de cooperação.
O segundo painel trouxe cases sobre uso de BIM em edificações. As representantes da Fiocruz Silvia Pereira e Ana Paula Medeiros abordaram os benefícios da tecnologia no projeto do Centro René Rachou, que está sendo construído em Belo Horizonte. “O BIM tornou o envolvimento de todas as partes muito maior e facilitou a comunicação”, destacou Pereira.
Também participou o líder da equipe técnica de implantação do BIM no Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), Wagner Martins de Lima, que fez exposição sobre as iniciativas do órgão na área e projetos piloto desenvolvidos com a metodologia. “Nossa premissa para a implantação foi ‘menos é mais’, começar do básico e ir aprofundando. Com isso, fomos atualizando nosso plano”, relatou.
O último painel focou nas ações institucionais para o avanço do BIM no Brasil. A primeira apresentação foi da coordenadora do Comitê Gestor da Estratégia BIM BR, Talita Saito, cujo objetivo é implementar a tecnologia em obras públicas nacionais, seguindo decreto sancionado pelo ex-presidente Michel Temer no ano passado. Ela detalhou as principais metas do governo na área, que incluem a adoção de BIM até 2028 para obras públicas nas fases de projeto, obra e pós-obra. “A metodologia traz transparência para licitações, ganhos enormes em gestão e mais produtividade na construção civil”, enfatizou Saito.
O curador técnico do seminário, o professor da Universidade de São Paulo Eduardo Toledo Santos, fez apresentação sobre o projeto BIM Fórum Brasil, que visa reunir entidades e empresas para delinear ações para a difusão da tecnologia no país. “O objetivo é harmonizar iniciativas e focar os esforços”, afirmou.
Para encerrar, ocorreu palestra do analista de inovação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Rogério Moreira, que abordou as principais normas em vigor relacionadas a BIM no Brasil, além de outras que estão em elaboração. “São temas muito importantes e conseguimos ampliar o debate e remobilizar o setor para deliberar”, disse.
O seminário tem interface com o projeto “Tendências e Melhorias de Gestão, Tecnologia e Inovação na Construção” da CBIC, em correalização com o Senai Nacional.