Assessoria de Comunicação da Cbic
Na última quinta-feira (24) à tarde, começaram as plenárias das comissões do 87º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic 2015). O evento foi realizado no Senai/Cimatec, em Salvador, com painéis, palestras técnicas e debates sobre o tema “Brasil mais eficiente, país mais justo”. Veja abaixo os principais destaques das comissões técnicas realizadas durante o maior encontro do setor da construção.
Comissão de Meio Ambiente (CMA)
A CMA foi aberta com um painel propositivo sobre iniciativas em energia solar. Entre os participantes, estavam o consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Álvaro Silveira, e o diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Jorge Paglioli Jobim. O BID é a principal fonte de financiamento de projetos de energia solar da América Latina e Caribe e, segundo Silveira, o banco prevê aumentar o apoio ao setor nos próximos anos. Para Jobim, o Brasil já é uma referência em energia renovável, mas ainda tem um longo caminho pela frente. “A introdução da geração elétrica distribuída ainda é um desafio para o Brasil”, disse o diretor do MME.
No segundo painel do primeiro dia da CMA, foram lançadas três publicações, o Guia de Compra Responsável, o Guia de Orientação para o Licenciamento Ambiental e o Mapeamento de Incentivos Econômicos para a Construção Sustentável. No último painel do dia, os advogados Marcelo Buzaglo Dantas e Érica Rusch falaram sobre legislações ambientais e deram orientações a empresários. A comissão, que é presidida pelo membro do Conselho Consultivo da Ademi-BA Nilson Sarti, realizou hoje um painel sobre gestão e soluções para escassez de recursos hídricos e outro sobre iniciativas inovadoras para gestão de resíduos.
Comissão de Investimentos Imobiliários (CII)
O primeiro dia da Comissão de Investimentos Imobiliários (CII) aconteceu em tom positivo, com um convite para se olhar para o futuro e pensar soluções, apesar das dificuldades do cenário econômico atual. Presidida por Flávio Prando, vice-presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), os participantes da CII debateram as opções de funding para o crédito imobiliário, com destaque para o FGTS, cujas diretrizes foram apresentadas por Alfeu Garbin, gerente nacional do ativo do FGTS/Caixa. Segundo ele, o Fundo de Garantia tem orçamentos robustos aprovados até 2018.
Já o diretor de crédito imobiliário do Banco do Brasil, Hamilton Rodrigues da Silva, falou sobre a linha de crédito imobiliário a partir dos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que cresceu nos últimos dez anos e vinha impulsionando o setor, mas demonstrou uma queda em 2015, devido ao aumento da taxa Selic (14,25).
Diante dos obstáculos enfrentados nas duas mais tradicionais fontes de investimento do mer- cado imobiliário, o vice-presidente de habitação da Caixa Econômica Federal, Nelson Antônio de Souza, as soluções para enfrentar a crise passam pela desburocratização do setor e pela união de forças entre os poderes público e privado. “São nos momentos de dificuldade que encontramos oportunidades”, disse.
Na sexta, a CII discutiu temas relacionados ao desenvolvimento urbano e o futuro das cidades. Foram convidados para o debate, Arthur Motta Parkinson, diretor da Parkinson Desenvolvimentos Imobiliários; Carlos Leite, diretor da Stuchi & Leite; Ariadne dos Santos Daher, sócia da Jaime Lerner Arquitetos Associados; e Marcelo Terra, sócio-fundador da Duarte Garcia Caselli.
Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat)
No primeiro dia de discussões na Comat, especialistas do setor de construção debateram sobre o atual panorama da nova Norma de Desempenho para edificações habitacionais, aplicada em programas de governo. O professor Orestes Gonçalves apresentou um painel com os resultados alcançados pelo grupo técnico do Ministério das Cidades, no sentido de facilitar o compartilhamento de ensaios que já atendem à nova norma, editada em 19 de fevereiro de 2013 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e em vigor desde então.
Participaram ainda do debate o presidente da Comat, Dionizyo Klavdianos, o moderador Ércio Thomaz, Edson Lopes (Asbea/SP), Salete Weber (Ministério das Cidades), Henriqueta Arantes (Cbic), Laura Marcellini (Abramat), Marcos Galindo (SiAC-PBPQ-H) e Milton Anauate (Caixa). Normas da ABNT para acústica em habitações e para avaliação de conformidade de projetos também fizeram parte de um segundo painel no primeiro dia de debates. A Comat apresentou ainda três finalistas do Prêmio Cbic de Inovação e Sustentabilidade.
No segundo dia, a comissão discutiu o BIM (Building Information Modeling e a tecnologia contour crafting (impressora 3D para construção). Os palestrantes convidados foram Rogério Suzuki (RS Consultoria), Bruno Angelim (FortBIM Engenharia), Marcos Novaes (CooperCon / CE) e o Dr. Behrokh Khoshnevis, diretor do Centro de Tecnologias de Fabricação rápida automatizados (CRAFT).
Comissão de Obras Públicas (COP)
O painel “Formação de Preços em Obras Públicas”, mediado pelo presidente da comissão, Carlos Eduardo Lima Jorge, abriu espaço para a discussão de aspectos legais na formação de preços, até a aplicação da Matriz de Risco nas licitações. O debate contou também com os convidados João N. Veiga Malta (World Bank), Marcus Benício Cavalcanti (Secretário de Infraestrutura da Bahia), Rafael Jardim Cavalcante (SeinfraPetróleo – TCU), Fernando Vernalha (VG&P Advogados), Sérgio Rodovalho Pereira (Gepad/Caixa), Paulo Alexandre Barona (Sinduscon/ES), José Alberto P. Ribeiro (Aneor) e Joubert Delamare Mesquita (Zurich Brasil Seguros). A plenária contou com a participação ativa da plateia e foram esclarecidas dúvidas sobre o tema.
Hoje, na pauta da plenária da COP foram discutidos as regras de participação do BNDES nos projetos de concessões, as emissão de debentures de infraestrutura, a participação do Banco do Brasil nos financiamentos e o papel de investidores estrangeiros. Diante dos obstáculos enfrentados nas duas mais tradicionais fontes de investimento do mercado imobiliário, o vice-presidente de habitação da Caixa Econômica Federal, Nelson Antônio de Souza, as soluções para enfrentar a crise passam pela desburocratização do setor e pela união de forças entre os poderes público e privado. “São nos momentos de dificuldade que encontramos oportunidades”, disse.
Comissão de Política e Relações Trabalhistas (CPRT)/Fasc/Seconci-Br
Com o tema “A eficiência nas relações do trabalho”, a Comissão de Política e Relações Trabalhistas (CPRT)/Fasc/Seconci-Brasil contou com as palestras do professor de Relações do Trabalho, José Pastore, e da especialista em Relações do Trabalho na França, Jessy Pretto. Os palestrantes trouxeram debates de grande relevância para o setor da construção, como Cotas de Jovens Aprendizes, Cotas de Deficientes, Trabalho Análogo ao Escravo, Acidentes de Trajeto, Subcontratações/terceirização. Para fechar o ciclo conjunto hoje, foram lançados Guias e Vídeos Orientadores em Segurança e Saúde no Trabalho. A palestra “Inclusão com Segurança na Indústria da Construção” analisou os desafios e propôs soluções para a inclusão segura de pessoas com deficiência. O último tema tratou do investimento em Responsabilidade Social.
Banco de Dados
O painel “A produtividade na Construção Civil”, apresentado pela economista da FGV Ana Castelo deu início à programação do primeiro dia da plenária do Banco de Dados. A elevação da eficiência técnica foi apontada como um dos caminhos possíveis para superar a desaceleração do crescimento no Brasil. A implementação do novo sistema on-line de Cálculo do Custo Básico de Construção (CUB / m2) contou com a mediação de Eduardo Lutner, Ieda Vasconcelos e Daniel Furletti (Banco de Dados – Cbic).
Na sexta, a plenária do Banco de Dados recebeu a coordenadora das contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis e o gerente de investimentos do IBGE, João Hallak Neto, que abordaram a nova metodologia de cálculo do PIB Nacional. Em seguida, Daniel Furletti e Ieda Vasconcelos debateram o cenário econômico atual da construção civil.
Fórum de Empresas Prestadoras de Serviço
O Fórum de Empresas Prestadoras de Serviços contou com o Painel “Gestão Compartilhada como Fator de Viabilidade de Projetos”, exposto pelo engenheiro Ilso José de Oliveira, vice-presidente de Obras Industriais e Públicas do Sinduscon-MG. Na sequência, foram abordados os temas como visão do contratado e do contratante sobre o tema, além de uma mesa-redonda com o objetivo de formular um Plano de Ação.