Estudo mostra culpado por enchentes na Asa Norte – Alô Brasília

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Sarah Peres
Jornal Alô Brasília

Um estudo realizado pelo Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB) aponta que o Setor Noroeste tem quatro bacias de detenção na região capazes de drenar a água no local evitando que ela chegue à Asa Norte e provoque inundações e alagamentos. A informação é confirmada pela Agência de Desenvolvimento (Terracap) e pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa).

Responsável pela pesquisa, o professor Henrique Chaves afirma que o sistema desenvolvido na região seria o suficiente para conter as águas das chuvas. “A Asa Norte não possui essas bacias de detenção e por isso há tantos alagamentos”, assegurou.

Henrique Chaves determina as possíveis causas do alagamentos na região: “O problema da Asa Norte pode ser de obstrução ou de subdimensionamento”. De acordo com Chaves, “para o primeiro, a solução seria aumentar e refazer algumas galerias que estão bloqueadas. Para subdimensionar, seria necessário fazer bacias de detenções subterrâneas.”

O sistema de drenagem de águas pluviais da Asa Norte é realizado pelos bueiros e galerias, essas, responsáveis pelo transporte das águas captadas nas bocas de lobo até os pontos de lançamento. O Setor Noroeste trabalha com o sistema de bacias de amortecimento, que são grandes reservatórios construídos para o armazenamento temporário das chuvas, que liberam a água acumulada gradualmente para o Lago Paranoá.

Henrique Chaves ainda destaca que a via que cruza o Setor Noroeste conta com bocas de lobo. “Não tem como a água passar. Elas já são uma barreira natural”, disse. Ele é categórico ao afirmar que não há interconexão entre as duas regiões administrativas. “É importante que procurem o projeto de águas pluviais e confiram que é um sistema hidraulicamente independente”, sugeriu.

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF) assegura que o problema de alagamento da Asa Norte deve-se ao problema de infraestrutura desses condutos.

O vice-presidente do Sinduscon-DF, João Accioly, pondera que as inundações na Asa Norte ocorrem há mais de trinta anos, e que a situação vem piorando por conta da infraestrutura dos condutores. “Os alagamentos não começaram com o Setor Noroeste. O problema possui um histórico. Desde a década de 1980 já víamos essas situações de garagens e lojas inundadas por conta das águas da chuva. O agravamento deve-se por conta da estrutura obsoleta, e porque, com o tempo, essas redes vêm sendo obstruídas com entupimentos”, afirmou.

“Por conta da estrutura antiga e pela falta de manutenção, não há vazão suficiente das águas. Consequentemente, acabam que tesourinhas e outras áreas fiquem alagadas”, disse João Accioly. “É necessário iniciar o quanto antes as obras de águas pluviais e das bacias de detenção na Asa Norte”, conclui Accioly.

Perigo ainda é algo real na região

Os períodos de chuva são momentos de alívio para o calor para o brasiliense. Entretanto, para moradores da Asa Norte, estas temporadas também ocasionam dores da cabeça. Tesourinhas inundadas, lojas alagadas, carros arrastados pelas fortes águas e o impedimento do tráfego são os problemas mais comuns.

O subsecretário de Proteção e Defesa Civil do DF, Sérgio Bezerra sugere que a população fique alerta no próximo período chuvoso, retirando carros das garagens e evitando as tesourinhas. Mas assegura que se não houver uma reforma no sistema de drenagem da região administrativa, o problema não será sanado. “Ou se refaz o sistema de drenagem da Asa Norte, incluindo bueiros e bocas de lobo, ou vai continuar alagando”, afirmou.

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